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VÔLEI
Bye bye 2001
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O Suzano, do técnico Ricardo Navajas, levou o último
título do ano. Venceu a Ulbra na
final do Grand Prix. Esse torneio
foi uma das piores invenções da
Confederação Brasileira na temporada: 11 jogos em 23 dias, uma
maratona desnecessária para os
atletas, que no sábado já começam a disputar a Superliga.
Para piorar, vale lembrar que
2002 é ano de Campeonato Mundial, o único título que falta à seleção masculina de vôlei. O ideal
seria um calendário menos desgastante para os atletas, com um
jogo por semana na Superliga. O
torneio ganharia em qualidade
técnica e os riscos de lesões seriam
menores.
Para não dizer que não falei das
flores, quem acompanhou as semifinais e a final do Grand Prix
pelo menos teve o prazer de ver
grandes jogos. O que chamou a
atenção foi o equilíbrio. Suzano,
Ulbra, Unisul e Minas chegaram
à fase final com a mesma campanha: uma derrota em nove jogos.
Na decisão do título, o saque da
Ulbra não entrou, e o Suzano deu
um show de bola: conseguiu uma
vitória com o surpreendente placar de 3 sets a 0.
Jogou com muita velocidade e
passou sem problemas pelo bloqueio adversário. Outro destaque
foi a eficiência de seus ponteiros:
Dirceu, De Paula e Cléber.
O título tem um significado especial para o Suzano, que perdeu
patrocinadores e está com uma
verba mais reduzida nesta temporada. O time conta com apenas
um jogador da seleção: o levantador Ricardinho.
O novo ano promete boas-novas não só para o Suzano. No
mundo do vôlei, a novidade é o
retorno de um grande técnico. O
argentino, naturalizado italiano,
Julio Velasco confirmou anteontem que irá dirigir a seleção masculina da República Tcheca no
Campeonato Mundial da Argentina, em outubro.
Nos últimos quatro anos, Velasco trabalhou no futebol: primeiro
na Lazio, depois na Inter, do atacante Ronaldo. Ele só vai assumir
o comando da República Tcheca
em junho, quando acaba seu contrato com a Inter.
Velasco transformou a Itália
em uma potência no vôlei masculino. De 1989 a 1996, período que
dirigiu a "Azzurra", ganhou 15 títulos, entre os quais o bicampeonato mundial e pentacampeonato na Liga Mundial.
Mas ele deixou a seleção italiana com uma frustração: não ter
conquistado uma medalha de ouro olímpica. Teve que se contentar com a prata, nos Jogos de
Atlanta, em 1996.
O certo é que a República Tcheca, nas mãos de Velasco, pode
crescer. No último Campeonato
Europeu, em outubro, a equipe
disputou o terceiro lugar com a
Rússia. Perdeu, mas deu trabalho. A derrota foi por 3 sets a 2.
Já o ano não termina bem para
Cuba, atual campeã da Liga
Mundial. Segundo informação
publicada ontem na imprensa
italiana, cinco jogadores abandonaram a seleção, que estava disputando um torneio na Bélgica, e
foram para a Itália.
Os cubanos, que nesta temporada não foram liberados para
atuar no exterior, estariam acertando contrato para defender as
equipes italianas. Entre os jogadores estão dois titulares da seleção: Ihosvany Hernandez e o canhoto Dennis.
Para encerrar a coluna deste último dia do ano, desejo que você,
eu e todos nós sejamos felizes em
2002.
Italiano
O atacante Joel, ex-jogador da seleção brasileira e do Banespa, continua mesmo com a bola toda na Itália. Com 20 pontos assinalados,
ele foi o maior pontuador na vitória de sua equipe, o Brescia, contra o Perugia, vice-líder da Série A-2 do Campeonato Italiano. O
Brescia, que já chegou a ocupar a nona colocação na tabela, agora
está na quinta posição.
Susto
O atacante holandês Bas Van de Goor passou mal durante um treino de sua equipe, o Sisley Treviso, da Itália, na última quinta-feira e
foi internado às pressas no hospital. O diagnóstico dos médicos,
segundo a imprensa italiana, foi isquemia cerebral. O atleta já apresenta melhoras e tem passado por avaliações neurológicas periódicas. Van de Goor, de 30 anos e 2,09 m de altura, é capitão da seleção
da Holanda e foi medalha de ouro em 1996, nos Jogos Olímpicos de
Atlanta, nos Estados Unidos.
E-mail cidasan@uol.com.br
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