São Paulo, segunda-feira, 31 de dezembro de 2001

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VÔLEI

Bye bye 2001

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O Suzano, do técnico Ricardo Navajas, levou o último título do ano. Venceu a Ulbra na final do Grand Prix. Esse torneio foi uma das piores invenções da Confederação Brasileira na temporada: 11 jogos em 23 dias, uma maratona desnecessária para os atletas, que no sábado já começam a disputar a Superliga.
Para piorar, vale lembrar que 2002 é ano de Campeonato Mundial, o único título que falta à seleção masculina de vôlei. O ideal seria um calendário menos desgastante para os atletas, com um jogo por semana na Superliga. O torneio ganharia em qualidade técnica e os riscos de lesões seriam menores.
Para não dizer que não falei das flores, quem acompanhou as semifinais e a final do Grand Prix pelo menos teve o prazer de ver grandes jogos. O que chamou a atenção foi o equilíbrio. Suzano, Ulbra, Unisul e Minas chegaram à fase final com a mesma campanha: uma derrota em nove jogos.
Na decisão do título, o saque da Ulbra não entrou, e o Suzano deu um show de bola: conseguiu uma vitória com o surpreendente placar de 3 sets a 0.
Jogou com muita velocidade e passou sem problemas pelo bloqueio adversário. Outro destaque foi a eficiência de seus ponteiros: Dirceu, De Paula e Cléber.
O título tem um significado especial para o Suzano, que perdeu patrocinadores e está com uma verba mais reduzida nesta temporada. O time conta com apenas um jogador da seleção: o levantador Ricardinho.
O novo ano promete boas-novas não só para o Suzano. No mundo do vôlei, a novidade é o retorno de um grande técnico. O argentino, naturalizado italiano, Julio Velasco confirmou anteontem que irá dirigir a seleção masculina da República Tcheca no Campeonato Mundial da Argentina, em outubro.
Nos últimos quatro anos, Velasco trabalhou no futebol: primeiro na Lazio, depois na Inter, do atacante Ronaldo. Ele só vai assumir o comando da República Tcheca em junho, quando acaba seu contrato com a Inter.
Velasco transformou a Itália em uma potência no vôlei masculino. De 1989 a 1996, período que dirigiu a "Azzurra", ganhou 15 títulos, entre os quais o bicampeonato mundial e pentacampeonato na Liga Mundial.
Mas ele deixou a seleção italiana com uma frustração: não ter conquistado uma medalha de ouro olímpica. Teve que se contentar com a prata, nos Jogos de Atlanta, em 1996.
O certo é que a República Tcheca, nas mãos de Velasco, pode crescer. No último Campeonato Europeu, em outubro, a equipe disputou o terceiro lugar com a Rússia. Perdeu, mas deu trabalho. A derrota foi por 3 sets a 2.
Já o ano não termina bem para Cuba, atual campeã da Liga Mundial. Segundo informação publicada ontem na imprensa italiana, cinco jogadores abandonaram a seleção, que estava disputando um torneio na Bélgica, e foram para a Itália.
Os cubanos, que nesta temporada não foram liberados para atuar no exterior, estariam acertando contrato para defender as equipes italianas. Entre os jogadores estão dois titulares da seleção: Ihosvany Hernandez e o canhoto Dennis.
Para encerrar a coluna deste último dia do ano, desejo que você, eu e todos nós sejamos felizes em 2002.

Italiano
O atacante Joel, ex-jogador da seleção brasileira e do Banespa, continua mesmo com a bola toda na Itália. Com 20 pontos assinalados, ele foi o maior pontuador na vitória de sua equipe, o Brescia, contra o Perugia, vice-líder da Série A-2 do Campeonato Italiano. O Brescia, que já chegou a ocupar a nona colocação na tabela, agora está na quinta posição.

Susto
O atacante holandês Bas Van de Goor passou mal durante um treino de sua equipe, o Sisley Treviso, da Itália, na última quinta-feira e foi internado às pressas no hospital. O diagnóstico dos médicos, segundo a imprensa italiana, foi isquemia cerebral. O atleta já apresenta melhoras e tem passado por avaliações neurológicas periódicas. Van de Goor, de 30 anos e 2,09 m de altura, é capitão da seleção da Holanda e foi medalha de ouro em 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos Estados Unidos.

E-mail cidasan@uol.com.br



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