|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SS tem rei do Brasil x dono do mundo
Vencedor de provas nacionais, Franck Caldeira desafia queniano Robert Cheruiyot, melhor maratonista do planeta
Atleta brasileiro defende o título do ano passado,
quando a São Silvestre foi esvaziada pela ausência de
rivais estrangeiros na elite
FÁBIO GRIJÓ
MARIANA LAJOLO
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A prova masculina da 83ª São
Silvestre, com largada hoje, às
16h45, na avenida Paulista, será
um duelo entre o "Senhor Brasil" e o "Senhor Mundo" nas
corridas de fundo do atletismo.
Para ganhar o bicampeonato
na prova paulistana e fechar
uma temporada em que ganhou tudo de importante no
país, como a maratona do Pan,
a Volta da Pampulha e a Meia
Maratona do Rio, Franck Caldeira, 24, terá que superar o
queniano Robert Cheruiyot,
29, que já faturou a São Silvestre duas vezes e acaba de ganhar um prêmio de US$ 500
mil por ter o melhor desempenho nas maratonas mais importantes do mundo.
"Vou correr contra os meus
limites, não contra um adversário", diz Caldeira sobre a prova,
evitando a pressão de enfrentar
Cheruiyot e outros quenianos
de primeira linha -todos ausentes no ano passado, quando
ganhou a prova com facilidade.
"A falta de quenianos numa
prova deixa um branco só para
a imprensa. Mas não para nós
atletas", fala Caldeira, que exalta a São Silvestre, apesar de a
prova pouco acrescentar a seu
planejamento. "Para 2008 a
São Silvestre não ajuda quase
nada porque ela é muito diferente de uma maratona", diz o
atleta, lembrando que sua meta
para o próximo ano é disputar a
mais nobre das corridas de fundo na Olimpíada de Pequim.
Caldeira tem um currículo
inexpressivo fora do país. Seu
nome não aparece na lista dos
melhores tempos do ano nas
provas de 15.000 m (a distância
da São Silvestre) e meia maratona. Seu desempenho no Pan
não o coloca nem entre as cem
melhores marcas de maratonistas nesta temporada.
Mas exala confiança no duelo
contra Cheruiyot. "Respeito
ele, mas vou correr com grandes chances de vencer", afirma
o fundista, que não faz como a
maioria dos atletas de elite que
vão treinar no exterior na altitude -optou por uma cidade
mineira para isso.
Vencedor em maratonas famosas, como as de Chicago e
Boston, Cheruiyot diz que não
foi por dinheiro que voltou ao
Brasil. "Aqui comecei minha
carreira internacional [em
2001]. O Brasil é como minha
casa. Quando ando pela rua, todos me conhecem", afirma o
queniano, que ainda lembra do
bom tratamento que recebeu
na sua primeira vez na São Silvestre, quando passou mal após
a prova e foi ao hospital.
O duelo entre Caldeira e Cheruiyot é mais um capítulo da
nova São Silvestre. A corrida virou um duelo quase que exclusivo entre brasileiros e quenianos -além deles, a organização
anuncia a presença apenas de
alguns sul-americanos. Os dois
países venceram 14 das últimas
15 edições da prova masculina.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Trio de brasileiras campeãs chega combalido e vê queniana favorita Índice
|