São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Na despedida, Vanderlei diz que só quer festejar

Atleta descarta pódio na São Silvestre, sua última competição como profissional

Ex-bóia-fria que chegou ao pódio olímpico, fundista afirma que não conseguirá se distanciar do esporte e seguirá como atleta amador


DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de ter feito história no atletismo brasileiro, Vanderlei Cordeiro de Lima, 39, nunca venceu uma edição da São Silvestre. E não tem a menor pretensão de fazer isso hoje, quando encerrará, nas ruas de São Paulo, sua carreira iniciada há mais de 20 anos.
"A única coisa que quero é me despedir das competições como profissional com muita festa, sentindo a energia do público, que sempre me apoiou e me deu muita força", disse Vanderlei, ontem, em entrevista coletiva que reuniu os nomes mais badalados da prova.
Ao lado de compatriotas que ainda não falam em aposentadoria, como Franck Caldeira (vencedor da São Silvestre em 2006) e Anoé dos Santos (terceiro colocado na edição do ano passado), Vanderlei afirmou que conhece os seus limites e que não está em condições de lutar pelo título nesta tarde.
"Respeito a minha condição física e não vou entrar na corrida para fazer marca. Só quero mesmo é confraternizar", disse ele, que desde abril sofre com uma inflamação no púbis.
O clima de despedida durante a entrevista, que teve direito a depoimentos cheios de elogios de outros fundistas que hoje ocupam lugar de destaque no esporte e se dizem fãs de Vanderlei, foi amenizado pelo corredor, que disse não ter a intenção de deixar as provas de rua.
"Minha vida é a corrida, não vou conseguir viver fora desse meio. Espero que a partir do dia 1º [amanhã] eu possa participar de mais 50 São Silvestres, mas como atleta amador."
A prova que marcará a despedida desse paranaense dos pelotões de elite é a mesma que o revelou em 1992.
Ex-bóia-fria e fã de atletismo desde 1984, quando viu João Cruz vencer os 800 m na Olimpíada de Los Angeles, Vanderlei conquistou o quarto lugar na São Silvestre há 16 anos e começou a escalada que o levaria até o pódio olímpico, em 2004.
Em Atenas, ele obteve um histórico bronze na maratona, quando chegou a liderar antes de ser agarrado pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan.
"Cada corrida de que participei tem uma história, um detalhe. Uns são tristes, outros são ótimas recordações, mas o importante é que tive a oportunidade de ser alguém e construir uma história", disse o atleta, que, ainda adolescente, sonhava em fazer carreira no futebol.
O ouro perdido na Grécia não seria, porém, o primeiro dele em maratonas. Em Reims-1994, Tóquio-1996, São Paulo-2002 e Hamburgo-2004, Vanderlei já havia sido o melhor. Agora, quer passar a experiência aos mais novos. Avisa que, como atleta amador e técnico, continuará sua história. (GIULLIANA BIANCONI E RENAN CACIOLI)

NA TV - Corrida de São Silvestre
Globo, ao vivo, às 16h30



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