São Paulo, segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

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INTERNETS

Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com

Festa da internet

Na semana passada, aconteceu em São Paulo a Campus Party. Quem não sabe o que é não tem desculpa. É um encontro de jovens de todo o Brasil, com meninos (maioria) e meninas (minoria, mas crescendo) acampados, literalmente.
As barracas são montadas não em torno de uma fogueira, como em outros tempos, mas em volta de uma conexão de internet ultrarrápida (10 Gbps).
São mais de 6.000 pessoas que trazem seus computadores para serem conectados à rede. Uma das coisas mais legais da Campus Party é como ela acaba ressaltando alguns aspectos curiosos do uso da rede no Brasil.
Por exemplo, seu caráter social. Aquele estereótipo do usuário da internet solitário, preso em uma vida isolada no mundo virtual, não tem nada a ver com o evento. A Campus Party é uma grande experiência coletiva. As pessoas vão mais para compartilhar a experiência umas com as outras do que por conta da rede em si.
É algo que o sucesso das LAN houses em todo o Brasil já havia mostrado. Muita gente vai na LAN house para encontrar outras pessoas, mesmo quando já tem computador em casa. E, assim, as LANs viram um novo tipo de espaço público, com jeito de banco de praça.
Outro feito notável gerado pelo evento é ter consolidado a prática de inaugurar a agenda da internet brasileira para o ano. Dessa vez, quatro temas estiveram em pauta. Inclusão digital, direitos humanos na rede (como a questão da pedofilia), mudanças na Lei de Direito Autoral (para torná-la mais amigável à internet) e, por fim, o processo de criação colaborativa de uma espécie de "código de defesa da internet", chamado de Marco Civil.
Não por acaso tornou-se comum ver deputados federais, assessores legislativos e membros dos mais diversos ramos do governo circulando pela galera do evento.
De forma até mesmo acidental, a expansão da internet no país e eventos que celebram esse crescimento, como a Campus Party, abrem novas avenidas para a participação na vida pública. É legal ver temas de interesse público atraindo jovens e competindo lado a lado com mesas sobre games, blogs e redes sociais. E mais legal ainda vai ser se esse interesse continuar em outros espaços.

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