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INTERNETS
Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com
Design inteligente
Incrível como um vídeo de apenas quatro minutos pode dar muito o que
pensar. Há algum tempo assisti à
apresentação do estudante de design Fabian Hemmert. Em poucos minutos
(bit.ly/bGp39O), ele mostra algumas
ideias para o design de celulares.
A busca dele é por como transformar o
mundo virtual em algo palpável, físico. É
um conceito simples e poderoso. Ele
mostra um protótipo que permitiria a um
celular (ou outro aparelho) mudar o seu
próprio tamanho de acordo com o conteúdo que está sendo mostrado. Ao mostrar um texto muito longo, o aparelho
mudaria de espessura para indicar isso.
Outro protótipo usa pesos para mudar
o centro de gravidade. Por exemplo, se
estamos acessando um mapa, o centro de
gravidade do celular vai mudando para
indicar a direção a ser seguida, sem precisar olhar para a tela do aparelho.
Em termos de design, pensar sobre como traduzir o virtual para o real abre possibilidades enormes. Imediatamente
pensei na questão dos leitores de livro digital, como o Kindle, da Amazon.
Muita informação é perdida por meio
deles: o formato individual de cada livro,
materializado no tamanho, capa, textura
e papel. O ritmo da leitura, pontuado pelo
virar de cada página, que é diferente em
cada livro. Nada disso é bem traduzido
ainda para os leitores digitais.
Não é o caso de ser conservador. Acho
que esse é essencialmente um problema
de design. Não cabe saudosismo, mas sim
enfrentar a questão para que os leitores
digitais possam incorporar parte da informação do livro físico que é perdida.
Pensar na possibilidade de que o próprio
leitor possa se transformar dependendo
do livro que está sendo mostrado por ele.
Afinal, pelo menos para mim, dá um
certo tédio pensar que todos os livros do
mundo terão a mesma cara quando lidos
digitalmente.
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