São Paulo, segunda-feira, 01 de março de 2010

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INTERNETS

Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com

Design inteligente

Incrível como um vídeo de apenas quatro minutos pode dar muito o que pensar. Há algum tempo assisti à apresentação do estudante de design Fabian Hemmert. Em poucos minutos (bit.ly/bGp39O), ele mostra algumas ideias para o design de celulares.
A busca dele é por como transformar o mundo virtual em algo palpável, físico. É um conceito simples e poderoso. Ele mostra um protótipo que permitiria a um celular (ou outro aparelho) mudar o seu próprio tamanho de acordo com o conteúdo que está sendo mostrado. Ao mostrar um texto muito longo, o aparelho mudaria de espessura para indicar isso.
Outro protótipo usa pesos para mudar o centro de gravidade. Por exemplo, se estamos acessando um mapa, o centro de gravidade do celular vai mudando para indicar a direção a ser seguida, sem precisar olhar para a tela do aparelho.
Em termos de design, pensar sobre como traduzir o virtual para o real abre possibilidades enormes. Imediatamente pensei na questão dos leitores de livro digital, como o Kindle, da Amazon.
Muita informação é perdida por meio deles: o formato individual de cada livro, materializado no tamanho, capa, textura e papel. O ritmo da leitura, pontuado pelo virar de cada página, que é diferente em cada livro. Nada disso é bem traduzido ainda para os leitores digitais.
Não é o caso de ser conservador. Acho que esse é essencialmente um problema de design. Não cabe saudosismo, mas sim enfrentar a questão para que os leitores digitais possam incorporar parte da informação do livro físico que é perdida. Pensar na possibilidade de que o próprio leitor possa se transformar dependendo do livro que está sendo mostrado por ele.
Afinal, pelo menos para mim, dá um certo tédio pensar que todos os livros do mundo terão a mesma cara quando lidos digitalmente.


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