São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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02 NEURÔNIO

JÔ HALLACK - NINA LEMOS - RAQ AFFONSO

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A volta do Barriga Power depois do 'rodeio de gordas'

PELO DIRETO DE TER BARRIGA
Nos anos 90, fundamos um movimento chamado Barriga Power. Nosso "movimento" conclamava as mulheres a lutar pelo direito de ter barriga, assim como os homens, e não serem cobradas por isso.
É lógico que era um movimento de brincadeira, mas a ideia era falar sobre o padrão de beleza em que todas nós temos que ser magras. E lindas, e sexy, e bem-sucedidas e coisas do gênero.
Em 2010, até "acabamos" com o movimento, pois achamos que isso não era mais necessário tantos anos depois. Mas agora mudamos de ideia, depois de saber do "rodeio de gordas".
O tal rodeio consiste numa "brincadeira" de um grupo de estudantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista), na qual os meninos chegam perto das meninas mais gordinhas, simulam uma paquera e depois as "laçam" e ficam montados nelas, como se estivessem em cima de um boi. Ganha quem ficar o maior tempo possível. Achamos que o Barriga Power tem que voltar. E pensamos em criar outro movimento, algo do tipo "fim da juventude patética".

PELO DIRETO DE SER INTEIRA
Apesar de nossos poucos neurônios (no nosso caso, dois!), nós, mulheres, damos conta. Sim, damos conta de trabalhar, de fazer contas matemáticas, de parir, de sermos astrônomas, executivas, presidentes, dançarinas de strip-tease, chefes. Damos conta de cuidar de filhos ou, se não quisermos nada disso, apenas de viver intensamente. Cada uma do seu jeito. Damos conta até mesmo de encostarmos nossas barrigas na beira do fogão, se assim quisermos.
Obviedades, tanto quanto a obviedade de que, 50 anos depois da invenção da pílula, ainda querem nos desmerecer. Duvidar do nosso talento. E achar que, por trás de uma mulher, existe sempre um grande homem. Tolinhos.

PELO DIRETO DE CHORAR
De vez em quando, achamos que toda essa luta não vale a pena. E ficamos aos prantos, no chão do banheiro, pensando por que não nascemos Mulher-Maravilha.


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