São Paulo, segunda-feira, 02 de março de 2009

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Vampiros de novo

Mangá norte-americano explora o filão dos romances à la "Crepúscu lo"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O resumo do enredo pode soar bastante batido, em tempos de "Crepúsculo": uma menina apaixona-se por um menino que, ela descobre depois, é um vampiro. Bocejo.
É esse o mote de "Vampire Kisses: Laços de Sangue" (R$ 6,90, 112 págs., 12 anos), mangá que chegou às bancas no dia 19 de fevereiro pela editora NewPOP ("Dark Metrô").
Mas, para quem não se incomodar com o tema repetido, a história traz um quê de humor que pode justificar a leitura. A começar pela protagonista Raven (corvo, em inglês), que rende risadas como o estereótipo ambulante de uma menina gótica enfiada no meio de um monte de patricinhas na escola.
Raven veste-se sempre de preto, perambula pelo cemitério da cidade e, em vez de se aterrorizar com a descoberta da verdadeira natureza de seu namorado, Alexander, fica supercontente em saber que ele é um vampiro. "Desde pequena eu tinha o sonho de me tornar uma morta-viva", revela.
E, assim, o relacionamento deles continua numa boa, sem grandes crises. Exceto aquelas de praxe, é claro -ela se questiona a respeito dos sentimentos dele, que se expressa pouco.
Os problemas excepcionais começam a aparecer durante um apaixonado encontro à noite, no cemitério -"Um caminho tortuoso e sombrio, que romântico", ela pensa. É ali que o casal encontra a gangue de vampiros do mal que vão atrapalhar seu namoro.
Os traços de "Vampire Kisses: Laços de Sangue" se parecem bastante com os dos gibis japoneses, mas a linguagem, direta demais, dá dicas da origem do título: produzido nos Estados Unidos, o mangá foi adaptado a partir da série de livros -ainda sem tradução por aqui- da escritora Ellen Schreiber.

Do outro lado da porta
Ser direto demais, aliás, não é a característica mais marcante de outro título anunciado há tempos pela NewPOP e publicado somente agora. "Doors of Chaos" (R$ 10, 200 págs., 14 anos), da mangaká Ryoko Mitsuki, é uma leitura densa que requer bastante atenção.
Em "Doors of Chaos", Clarissa é a chave para abrir as portas que ligam o mundo da luz ao das trevas, enquanto Mizeria é a chave para fechá-las. Nem é preciso dizer que esses poderes únicos, que elas não pediram para ter, vão atrair toda sorte de problemas para as duas.
A trama é complicada e as cenas de ação são às vezes incompreensíveis. Há, ainda, uma infinidade de conceitos específicos do universo em que a história se passa, além de diversos elementos místicos a que o leitor tem que se ater.
Mas esse misticismo complicado, somado ao traço detalhista e repleto de cabelos esvoaçantes, não é necessariamente um defeito. Lembra bastante, inclusive, o estilo dos trabalhos sérios das meninas da Clamp (quarteto de mangakás reponsável pelos aclamados títulos "X/ 1999" e "Tokyo Babylon"). (DIOGO BERCITO)



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