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Vampiros de novo
Mangá norte-americano explora o filão dos romances à la "Crepúscu lo"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O resumo do enredo
pode soar bastante
batido, em tempos
de "Crepúsculo":
uma menina apaixona-se por um menino que,
ela descobre depois, é um vampiro. Bocejo.
É esse o mote de "Vampire
Kisses: Laços de Sangue" (R$
6,90, 112 págs., 12 anos), mangá
que chegou às bancas no dia 19
de fevereiro pela editora NewPOP ("Dark Metrô").
Mas, para quem não se incomodar com o tema repetido, a
história traz um quê de humor
que pode justificar a leitura. A
começar pela protagonista Raven (corvo, em inglês), que rende risadas como o estereótipo
ambulante de uma menina gótica enfiada no meio de um
monte de patricinhas na escola.
Raven veste-se sempre de
preto, perambula pelo cemitério da cidade e, em vez de se
aterrorizar com a descoberta
da verdadeira natureza de seu
namorado, Alexander, fica supercontente em saber que ele é
um vampiro. "Desde pequena
eu tinha o sonho de me tornar
uma morta-viva", revela.
E, assim, o relacionamento
deles continua numa boa, sem
grandes crises. Exceto aquelas
de praxe, é claro -ela se questiona a respeito dos sentimentos dele, que se expressa pouco.
Os problemas excepcionais
começam a aparecer durante
um apaixonado encontro à noite, no cemitério -"Um caminho tortuoso e sombrio, que romântico", ela pensa. É ali que o
casal encontra a gangue de
vampiros do mal que vão atrapalhar seu namoro.
Os traços de "Vampire Kisses: Laços de Sangue" se parecem bastante com os dos gibis
japoneses, mas a linguagem, direta demais, dá dicas da origem
do título: produzido nos Estados Unidos, o mangá foi adaptado a partir da série de livros
-ainda sem tradução por
aqui- da escritora Ellen
Schreiber.
Do outro lado da porta
Ser direto demais, aliás, não é
a característica mais marcante
de outro título anunciado há
tempos pela NewPOP e publicado somente agora. "Doors of
Chaos" (R$ 10, 200 págs., 14
anos), da mangaká Ryoko Mitsuki, é uma leitura densa que
requer bastante atenção.
Em "Doors of Chaos", Clarissa é a chave para abrir as portas
que ligam o mundo da luz ao
das trevas, enquanto Mizeria é
a chave para fechá-las. Nem é
preciso dizer que esses poderes
únicos, que elas não pediram
para ter, vão atrair toda sorte de
problemas para as duas.
A trama é complicada e as cenas de ação são às vezes incompreensíveis. Há, ainda, uma infinidade de conceitos específicos do universo em que a história se passa, além de diversos
elementos místicos a que o leitor tem que se ater.
Mas esse misticismo complicado, somado ao traço detalhista e repleto de cabelos esvoaçantes, não é necessariamente
um defeito. Lembra bastante,
inclusive, o estilo dos trabalhos
sérios das meninas da Clamp
(quarteto de mangakás reponsável pelos aclamados títulos
"X/ 1999" e "Tokyo Babylon").
(DIOGO BERCITO)
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