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música
Faltam 60.480 minutos para "Minutes to Midnight"
RICARDO BAIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM LOS ANGELES
Falta pouco para o
lançamento do disco
de rock mais aguardado deste ano. Mais
precisamente
60.480 minutos entre a zero
hora de hoje e a meia-noite de
14 de maio, quando
chega às lojas "Minutes
to Midnight", terceiro
trabalho da banda americana Linkin Park.
O grupo não soa mais
como rap-rock, pelo
menos na maioria das
faixas do novo disco (o
single "de transição"
"What I've Done", com
lançamento marcado
para hoje, "Given Up" e
"Bleed It Out" são as
exceções).
Mais melódico, o álbum chama a atenção
por letras elaboradas e
algumas baladas, como
"In Between", sobre
traição, e "Valentine's
Day". De canções políticas, o destaque é "The
Little Things Give You
Away", uma das melhores do CD, sobre o furacão Katrina e a destruição de Nova Orleans.
Em entrevista exclusiva para o Folhateen,
em Los Angeles, o vocalista Chester Bennington falou sobre a
parceria com o produtor Rick Rubin, sobre as mudanças no som e a passagem
pelo Brasil há quase três anos.
FOLHA - Vocês estão animados
porque "Minutes to Midnight" vai
finalmente ser lançado?
CHESTER BENNINGTON - Foi um
processo muito longo. Colocamos muita energia no disco.
Mas não foi tão difícil. Teve
muito trabalho. A gente tentou
superar a nós mesmos em muitos aspectos, mas não é que a
gente estivesse louco para que
tudo acabasse logo (risos).
FOLHA - Como você explica o desenvolvimento do som do grupo?
CHESTER - A gente entrou no estúdio com a decisão consciente
de que queria fazer as composições de outro jeito. A gente
queria mostrar a essência do
Linkin Park em uma nova embalagem. "Reinventar a roda"
foi uma boa parte do processo.
FOLHA - O que Rick Rubin trouxe
para o som do Linkin Park?
CHESTER - Para ser sincero, ele
disse: "Não peguem o caminho
do que vocês acham que o Linkin Park deveria soar, das músicas que vocês acham que deveriam escrever. Não há nada
assim". No início do processo, a
gente estava escrevendo um
monte de canções que poderiam fazer parte dos discos anteriores, e ele disse que era para
a gente colocar de lado.
FOLHA - O que mudou?
CHESTER - Antes, tudo era apresentado da mesma maneira.
Desta vez, Mike [Shinoda] está
cantando muito mais. Pode parecer que ele não está no disco,
mas está fazendo muitas das
harmonias. Ele também canta
um par de faixas sozinho. Estamos apresentando nós mesmos
de maneira diferente. Cortamos os cabelos, trocamos e
roupa e, pronto, aqui está uma
coisa nova.
FOLHA - E quanto a instrumentos e
estilos? O que está diferente? O que
vocês fizeram pela primeira vez?
CHESTER - Demos uma minimizada nas coisas. Experimentamos vários sons e estilos de guitarra, tentamos vários sets de
bateria, tocamos banjo e xilofones, um monte de coisa doida.
FOLHA - Que tipos de temas vocês estão abordando agora?
CHESTER - Estamos mais velhos e reagimos de outra maneira. Até a raiva nesse disco
não é necessariamente o
mesmo tipo de raiva.
FOLHA - Vocês têm algumas canções políticas agora.
CHESTER - A gente queria ter
um ponto de vista político,
mas era importante que ele
não tivesse uma agenda determinada. Não podia ser
uma canção para dizer a você
como pensar ou o que é certo
ou errado. Era alguma coisa
que a gente se deu conta de
que estava testemunhando e
achou que podia contar.
FOLHA - "The Little Things Give
You Away" é sobre o Katrina.
CHESTER - Foi inspirada em
uma viagem para Nova Orleans para fazer trabalho voluntário. Conversei com algumas pessoas sobre as experiências delas depois do furacão e apenas escrevi sobre o
assunto, na perspectiva delas.
Acho que é uma faixa bonita e
ao mesmo tempo difícil.
FOLHA - Já faz quase três anos
que vocês estiveram no Brasil. Como foi aquela experiência?
CHESTER - Incrível. Até hoje
ainda é o nosso maior show. A
gente fez o Live Aid para 800
mil pessoas, mas todo mundo
estava lá para o festival. Não
era o nosso show. No Brasil,
fiquei chocado quando entrei
no palco. Fantástico!
O jornalista RICARDO BAIROS viajou a Los
Angeles a convite da gravadora Warner.
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