São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

música

Faltam 60.480 minutos para "Minutes to Midnight"

RICARDO BAIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM LOS ANGELES

Falta pouco para o lançamento do disco de rock mais aguardado deste ano. Mais precisamente 60.480 minutos entre a zero hora de hoje e a meia-noite de 14 de maio, quando chega às lojas "Minutes to Midnight", terceiro trabalho da banda americana Linkin Park.
O grupo não soa mais como rap-rock, pelo menos na maioria das faixas do novo disco (o single "de transição" "What I've Done", com lançamento marcado para hoje, "Given Up" e "Bleed It Out" são as exceções).
Mais melódico, o álbum chama a atenção por letras elaboradas e algumas baladas, como "In Between", sobre traição, e "Valentine's Day". De canções políticas, o destaque é "The Little Things Give You Away", uma das melhores do CD, sobre o furacão Katrina e a destruição de Nova Orleans.
Em entrevista exclusiva para o Folhateen, em Los Angeles, o vocalista Chester Bennington falou sobre a parceria com o produtor Rick Rubin, sobre as mudanças no som e a passagem pelo Brasil há quase três anos.

 

FOLHA - Vocês estão animados porque "Minutes to Midnight" vai finalmente ser lançado?
CHESTER BENNINGTON
- Foi um processo muito longo. Colocamos muita energia no disco. Mas não foi tão difícil. Teve muito trabalho. A gente tentou superar a nós mesmos em muitos aspectos, mas não é que a gente estivesse louco para que tudo acabasse logo (risos).

FOLHA - Como você explica o desenvolvimento do som do grupo?
CHESTER
- A gente entrou no estúdio com a decisão consciente de que queria fazer as composições de outro jeito. A gente queria mostrar a essência do Linkin Park em uma nova embalagem. "Reinventar a roda" foi uma boa parte do processo.

FOLHA - O que Rick Rubin trouxe para o som do Linkin Park?
CHESTER
- Para ser sincero, ele disse: "Não peguem o caminho do que vocês acham que o Linkin Park deveria soar, das músicas que vocês acham que deveriam escrever. Não há nada assim". No início do processo, a gente estava escrevendo um monte de canções que poderiam fazer parte dos discos anteriores, e ele disse que era para a gente colocar de lado.

FOLHA - O que mudou?
CHESTER
- Antes, tudo era apresentado da mesma maneira. Desta vez, Mike [Shinoda] está cantando muito mais. Pode parecer que ele não está no disco, mas está fazendo muitas das harmonias. Ele também canta um par de faixas sozinho. Estamos apresentando nós mesmos de maneira diferente. Cortamos os cabelos, trocamos e roupa e, pronto, aqui está uma coisa nova.

FOLHA - E quanto a instrumentos e estilos? O que está diferente? O que vocês fizeram pela primeira vez?
CHESTER
- Demos uma minimizada nas coisas. Experimentamos vários sons e estilos de guitarra, tentamos vários sets de bateria, tocamos banjo e xilofones, um monte de coisa doida.

FOLHA - Que tipos de temas vocês estão abordando agora?
CHESTER
- Estamos mais velhos e reagimos de outra maneira. Até a raiva nesse disco não é necessariamente o mesmo tipo de raiva.

FOLHA - Vocês têm algumas canções políticas agora.
CHESTER
- A gente queria ter um ponto de vista político, mas era importante que ele não tivesse uma agenda determinada. Não podia ser uma canção para dizer a você como pensar ou o que é certo ou errado. Era alguma coisa que a gente se deu conta de que estava testemunhando e achou que podia contar.

FOLHA - "The Little Things Give You Away" é sobre o Katrina.
CHESTER
- Foi inspirada em uma viagem para Nova Orleans para fazer trabalho voluntário. Conversei com algumas pessoas sobre as experiências delas depois do furacão e apenas escrevi sobre o assunto, na perspectiva delas. Acho que é uma faixa bonita e ao mesmo tempo difícil.

FOLHA - Já faz quase três anos que vocês estiveram no Brasil. Como foi aquela experiência?
CHESTER
- Incrível. Até hoje ainda é o nosso maior show. A gente fez o Live Aid para 800 mil pessoas, mas todo mundo estava lá para o festival. Não era o nosso show. No Brasil, fiquei chocado quando entrei no palco. Fantástico!


O jornalista RICARDO BAIROS viajou a Los Angeles a convite da gravadora Warner.


Texto Anterior: A volta após o sucesso
Próximo Texto: Música: Ídolo grunge fica solo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.