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EXPOSIÇÕES
Mostras em SP exibem ícones do influente movimento dos anos 60
Arte também é POP
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os anos 60 continuam a
ser a fonte inesgotável
da cultura pop. Há sessentismo na música, na moda, no comportamento e
nas artes de hoje. A prova
disso está não apenas nas
ruas mas nos museus.
Duas exposições em São
Paulo resgatam um dos
principais movimentos
daquela década: a arte
pop, seus ecos e filhotes.
Os trabalhos de dois
grandes ícones da pop
norte-americana estarão
no Centro Cultural Banco
do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro) a partir de terça (3/6), das 12h
às 20h. São 77 fotos polaróides de Andy Warhol
(1928-1987) -o artista
mais pop da pop- e 56
pinturas e desenhos de
Keith Haring (1950-1990),
que herdou a linguagem
direta e o espírito contestador da pop e, nos anos
80, deu ao grafite de rua o
status de arte.
Muitas das polaróides
de Warhol, assim como
alguns de seus quadros
mais famosos, retratam
personalidades populares. Entre as fotos da exposição estão imagens de
Pelé, Liza Minelli, Jimmy
Carter, Sylvester Stallone
e Muhammad Ali.
Já Haring, homossexual
declarado e um dos primeiros artistas a assumirem que tinham Aids nos
anos 80, chegou a ser preso por desenhar em estações de metrô e em muros
de Nova York. Suas obras
debatem temas como o
racismo, a Aids e o belicismo dos EUA por meio de
traços infantis que, de tão
populares, foram pulverizados pelo mundo em objetos e camisetas. Mesmo
que você nunca tenha visto uma obra de Haring,
vai sentir uma estranha
familiaridade ao topar
com uma delas.
Brasil
Parte da produção que
reverberou os ecos da pop
no Brasil está no MAM
(pq. Ibirapuera, s/ nš, portão 3) até 22/6. "Aproximações do Espírito Pop:
1963-68" traz obras de Antônio Dias, Wesley Duke
Lee, Nelson Leirner e Waldemar Cordeiro (1925-1973), que dialogaram
com aquele movimento,
tanto pelo uso de objetos
do cotidiano e pela valorização de ícones pop
("Adoração/ Altar de Roberto Carlos", de Leirner)
como pela aproximação
com o público ("Coração
para Amassar", de Antonio Dias).
A mostra é delimitada
por dois fatos: em 1963,
Duke Lee realizou o primeiro "happening" no
Brasil e, em 68, a Bienal de
Artes Plásticas da Bahia
foi interditada pelo governo estadual, que apreendeu obras "subversivas".
Pop arte?
A pop arte surgiu em
meados dos anos 50,
quando o avanço da produção industrial passou a
usar artifícios para incitar
a sociedade a consumir
mais. Foi aí também que
nasceu uma cultura jovem
autêntica: na música, nas
roupas e, mais adiante, na
atitude rebelde, nos ideais
políticos, na liberdade sexual e nas drogas.
E a arte pop reunia tudo
isso, utilizando a estética
da TV, dos quadrinhos e
da publicidade para criticar a cultura de massa e a
sociedade de consumo.
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