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BALÃO
E agora quem poderá defender a Fanta?
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Noutro dia li algo que me deixou bastante encafifado como fã de HQ: Batman e Aranha, os personagens mais populares dos gibis nos EUA vendem hoje
pouco mais de 120 mil exemplares/mês.
Confesso que, num mercado tão "promissor" quanto o americano, esperava
cifras de pelo menos 500 mil exemplares!
Que nada. Quadrinho vende menos
hoje que na década de 90, quando a Marvel quase fechou as portas; que nos 80,
que viu surgir nomes como Frank Miller
e Alan Moore; que nos 60 e 70, auge da
paranóia atômica. E por aí vai...
E, nesse tempo todo, houve a Fantagraphics. Tocada por dois amantes à moda
antiga dos quadrinhos, a editora baseada
em Seattle -quer mais cool que isso?-
tem sido o lar, há 27 anos, do chamado
"underground americano". Publica os
irmãos Hernandez, de "Love & Rockets", o premiadíssimo Joe Sacco, de
"Palestina", Daniel Clowes, do indie
"Ghost World", e os já cativos desta coluna Robert Crumb e Peter Bagge.
Mas, como elogios e prêmios não enchem barriga, a independente mais famosa dos EUA também enfrenta o risco
de falir. O motivo: uma dívida de US$ 80
mil vencida na semana passada, que a
Fanta não tem mais como rolar. E, como
HQs estão longe da lista de prioridades
do FMI e do Banco Mundial, o jeito tem
sido mendigar a ajuda dos fãs. Portanto,
se estiver a fim de gastar uma boa grana
(em dólar) em bons quadrinhos, dê uma
passada lá: www.fantagraphics.com.
@ - balao@folha.com.br
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