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São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

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BALÃO

E agora quem poderá defender a Fanta?

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Noutro dia li algo que me deixou bastante encafifado como fã de HQ: Batman e Aranha, os personagens mais populares dos gibis nos EUA vendem hoje pouco mais de 120 mil exemplares/mês. Confesso que, num mercado tão "promissor" quanto o americano, esperava cifras de pelo menos 500 mil exemplares!
Que nada. Quadrinho vende menos hoje que na década de 90, quando a Marvel quase fechou as portas; que nos 80, que viu surgir nomes como Frank Miller e Alan Moore; que nos 60 e 70, auge da paranóia atômica. E por aí vai...
E, nesse tempo todo, houve a Fantagraphics. Tocada por dois amantes à moda antiga dos quadrinhos, a editora baseada em Seattle -quer mais cool que isso?- tem sido o lar, há 27 anos, do chamado "underground americano". Publica os irmãos Hernandez, de "Love & Rockets", o premiadíssimo Joe Sacco, de "Palestina", Daniel Clowes, do indie "Ghost World", e os já cativos desta coluna Robert Crumb e Peter Bagge.
Mas, como elogios e prêmios não enchem barriga, a independente mais famosa dos EUA também enfrenta o risco de falir. O motivo: uma dívida de US$ 80 mil vencida na semana passada, que a Fanta não tem mais como rolar. E, como HQs estão longe da lista de prioridades do FMI e do Banco Mundial, o jeito tem sido mendigar a ajuda dos fãs. Portanto, se estiver a fim de gastar uma boa grana (em dólar) em bons quadrinhos, dê uma passada lá: www.fantagraphics.com.


@ - balao@folha.com.br


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