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Sexo & Saúde
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Você precisa saber!
NA ÚLTIMA SEMANA , o ministro da Saúde,
José Gomes Temporão, em sabatina
na Folha, revelou que, para cada três
bebês que nascem no Brasil hoje, acontece
um aborto provocado. A estimativa é que
mais de 1 milhão de abortos clandestinos
aconteçam no Brasil por ano. São quase 800
mulheres que chegam aos hospitais todos os
dias precisando de uma curetagem (procedimento cirúrgico para remover os restos fetais depois de um aborto provocado). Muitas
delas acabam tendo complicações como infecções, dificuldades para engravidar no futuro e até risco de morte. E boa parte dessas mulheres
são adolescentes de menos de 18 anos.
Enquanto se discute se a lei que trata do tema aborto deve ou não ser reavaliada, vale a pena a gente lembrar a importância da prevenção, para que se evite
uma gravidez antes da hora. Aqui também há novidades! Na última semana, farmácias cadastradas pelo governo passaram a vender pílulas anticoncepcionais
com até 90% de desconto. Uma cartela poderá ser adquirida por cerca de três reais. O ministro também
disse que logo as pílulas de emergência (pílula do dia
seguinte), que devem ser tomadas em até 72 horas depois da relação suspeita, com até 90% de chance de
evitar uma gravidez indesejada, também passarão a
ser distribuídas sem a necessidade de receita médica,
a exemplo do que já acontece nos EUA e na França.
Mas nunca é demais lembrar: é sempre mais seguro
usar um método anticoncepcional de rotina do que ficar dependendo apenas da pílula do dia seguinte, que
tem uma quantidade de hormônio mais alta e pode
trazer uma série de efeitos indesejados.
Melhor ainda é poder usar camisinha masculina ou
a nova feminina de látex (borracha) para se proteger
também das doenças sexualmente transmissíveis e da Aids.
Para os alérgicos, a gente comentou aqui, na semana passada, que a
Coordenação Nacional de DST/
Aids ainda distribui camisinhas
femininas de poliuretano para
grupos expostos a riscos e para
ONGs. Uma outra empresa me informa que passará a fornecer para a
Secretaria de Saúde de SP, a partir
deste mês, esse tipo de camisinha.
Termino a coluna com uma queixa de
uma leitora, também alérgica ao látex, que
pede camisinhas masculinas de poliuretano,
que hoje só podem ser importadas : "Você não
consegue bater um papo com fabricantes e exigir que eles passem a pensar em quem tem
alergia e nos caras sensíveis, que acham o látex horrível?". Exigir, não posso! Mas
pedir, eu peço.
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