São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007

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Sexo & Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Você precisa saber!

NA ÚLTIMA SEMANA , o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em sabatina na Folha, revelou que, para cada três bebês que nascem no Brasil hoje, acontece um aborto provocado. A estimativa é que mais de 1 milhão de abortos clandestinos aconteçam no Brasil por ano. São quase 800 mulheres que chegam aos hospitais todos os dias precisando de uma curetagem (procedimento cirúrgico para remover os restos fetais depois de um aborto provocado). Muitas delas acabam tendo complicações como infecções, dificuldades para engravidar no futuro e até risco de morte. E boa parte dessas mulheres são adolescentes de menos de 18 anos.
Enquanto se discute se a lei que trata do tema aborto deve ou não ser reavaliada, vale a pena a gente lembrar a importância da prevenção, para que se evite uma gravidez antes da hora. Aqui também há novidades! Na última semana, farmácias cadastradas pelo governo passaram a vender pílulas anticoncepcionais com até 90% de desconto. Uma cartela poderá ser adquirida por cerca de três reais. O ministro também disse que logo as pílulas de emergência (pílula do dia seguinte), que devem ser tomadas em até 72 horas depois da relação suspeita, com até 90% de chance de evitar uma gravidez indesejada, também passarão a ser distribuídas sem a necessidade de receita médica, a exemplo do que já acontece nos EUA e na França.
Mas nunca é demais lembrar: é sempre mais seguro usar um método anticoncepcional de rotina do que ficar dependendo apenas da pílula do dia seguinte, que tem uma quantidade de hormônio mais alta e pode trazer uma série de efeitos indesejados.
Melhor ainda é poder usar camisinha masculina ou a nova feminina de látex (borracha) para se proteger também das doenças sexualmente transmissíveis e da Aids.
Para os alérgicos, a gente comentou aqui, na semana passada, que a Coordenação Nacional de DST/ Aids ainda distribui camisinhas femininas de poliuretano para grupos expostos a riscos e para ONGs. Uma outra empresa me informa que passará a fornecer para a Secretaria de Saúde de SP, a partir deste mês, esse tipo de camisinha.
Termino a coluna com uma queixa de uma leitora, também alérgica ao látex, que pede camisinhas masculinas de poliuretano, que hoje só podem ser importadas : "Você não consegue bater um papo com fabricantes e exigir que eles passem a pensar em quem tem alergia e nos caras sensíveis, que acham o látex horrível?". Exigir, não posso! Mas pedir, eu peço.


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