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ANÁLISE
Os pais que você tem, do jeito que eles são
ROSELY SAYÃO
COLUNISTA DA FOLHA
"Adolescência é o fim!" A
frase, tão verdadeira em seu
sentido literal, foi dita por
uma garota de 15 anos para
expressar o descontentamento com a relação com
seus pais e seus pares. E talvez consigo mesma também.
A adolescência é o fim de
um ciclo da vida e o começo
de outro. Um processo de
maturação sexual física
acompanhado de muitas outras novidades. Algumas
boas, outras nem tanto.
É a hora em que você busca saber quem é, quem gostaria de ser e constata, pouco a
pouco, quem realmente é.
Por isso, um luto é necessário: a perda dos pais.
Sabe aqueles pais poderosos, quase perfeitos? Pois é:
essa imagem vai-se na adolescência para ceder espaço
aos pais que você realmente
tem. Do jeito que eles são.
Aí a coisa pega para muita
gente. Como estabelecer uma
identidade, sexual inclusive,
em meio a pais de mais ou
pais de menos?
A boa notícia é que você
tem grandes chances de sobreviver a esse período.
Seus pais? Você precisa
aprender que a conquista da
autonomia passa inevitavelmente pelo processo de separação entre você e eles, isto é,
eles lá com seus problemas, e
você cá com os seus.
Desenvolvimento do mundo é isso: a fila anda.
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