|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VOCÊ É O CRÍTICO
"Fast poetry" esbarra no senso comum
GABRIELA ORESTES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Logo me empolguei com a
capa verde-limão e a editoração: "Esquimó", de
Fabrício Corsaletti (Cia. das
Letras, R$ 31), mais um "best-seller de poemas".
A princípio, sou bem crítica
em relação aos poetas não consagrados -especificamente
com aqueles que, zás-trás, viram a sensação do momento,
mas resolvi dar uma chance.
Dada a chance, ela logo se
perdeu. Mesmo assim, continuei até o último poema, para
me certificar de que aquele jogo
fácil de palavras não era apenas
um "esquenta" para a genialidade do autor.
Não consegui encontrar nada
muito além de livres associações fracas, algo que apelidei
como "fast poetry".
Os textos líricos acabam não
indo muito além do senso comum -mas reconheço a capacidade de introduzir ícones
inusitados em seus poemas, como um anão dentro do porta
malas, em "Os Últimos Quinze
Dias e Depois".
Mesmo com meu voto contra, vejo a obra como possibilidade para aqueles que têm preguiça de ler a poesia mais complexa dos grandes autores.
Gabriela Orestes, 16, é estudante em São Paulo
Texto Anterior: Plástica geral é obrigatória em livro de ficção científica Próximo Texto: Meu espaço Índice
|