São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2010

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Alvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

O que querem os leitores?

Eos telespectadores, os ouvintes, os internautas etc.? Qual é a desses caras, afinal?
Você não imagina, leitor, quanta gente ganha a vida quebrando a cabeça para descobrir o que você quer. Isso é tão antigo quanto os meios de comunicação, mas a discussão se acirra e ganha peso à medida que a internet cresce (e como cresce!).
Venho pensando nisso desde que, há algumas semanas, o semanário londrino "New Musical Express", o "NME", mudou o look e a pegada editorial. De tabloide cada vez mais juvenil e inconsequente (o que não impedia TODOS os hypes que lançava serem imediatamente copiados no Brasil), ganhou cara de revista, em busca de uma presença editorial mais sóbria, mais "americana".
Esclarecendo: eu não acompanho o "NME" há mais de dez anos, e não é modo de dizer. Parece um exercício cretino, mas tento pensar com minha própria cabeça. Ela é enorme, deve servir para alguma coisa -por exemplo, descobrir se gosto de uma banda, ou se a detesto, sem antes conferir o que acha o "NME".
Mas voltando à questão editorial: em comunicação de massa, sempre se buscou o público jovem, aquele que consome, aquele que os anunciantes querem, que te acompanha pelo resto da vida. Nas revistas de música, está acontecendo o contrário. Porque a molecada só conhece internet -quem olha para o papel são os tiozinhos em busca de material "sério".
Depois do fim da inglesa "Smash Hits", em 2006, o "NME" era o último bastião da criancice musical em papel. Não é mais. E não deixa de ser irônico que o editor-chefe da melhor época da "Smash Hits", Mark Ellen, tenha criado anos depois a "Word", para tiozinhos.


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