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PERFIL
Dudu Nobre
Herdeiro do partido alto e bamba desde os 8 anos de idade, ele vendeu 100 mil cópias do primeiro CD
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DA REPORTAGEM LOCAL
A pesar das calças largonas e das pulseiras e correntes
de ouro, Dudu Nobre está longe ser um rapper. Aos
26 anos -e rostinho de 17, como ele diz-, Dudu é
considerado o herdeiro do partido alto, vertente do
samba que consagrou nomes como Almir Guineto,
Zeca Pagodinho e Martinho da Vila. O primeiro disco
do rapaz -"Dudu Nobre"- chegou às lojas há cerca
de um ano e vendeu mais de 100 mil cópias.
"Comecei a compor aos 8 anos. Cresci no esquema
de música. Lá em casa tinha altos pagodes", diz Dudu.
Pudera: a mãe dele era dona de um bar que hospedava
rodas de samba pelo menos três vezes por semana. E
mais: Dudu cresceu em Vila Isabel, bairro que abriga
uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio, a
Unidos de Vila Isabel.
Dudu lembra que, ainda moleque, ficava fascinado
com a música que era feita em volta das mesas de bar.
"Os pagodes da minha mãe eram frequentados por
Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho, grupo Fundo de
Quintal, Almir Guineto, Zeca Pagodinho. Toda essa
galera me pegou no colo", conta.
Aos 10 anos, Dudu começou a compor os primeiros
sambas de enredo. Escreveu para a Mocidade Independente de Padre Miguel, Império do Futuro, Herdeiros da Vila e Aprendizes do Salgueiro, entre outras.
Sete de suas músicas foram campeãs no Carnaval carioca, em vários grupos.
"Ganho dinheiro com música desde meus 10 anos
de idade", diz. "Coloquei na cabeça que queria trabalhar com isso e fui atrás do que eu queria. Hoje, posso
dizer que sou exemplo para muito moleque."
A primeira música a ficar conhecida foi "Vou Botar
Teu Nome na Macumba", escrita por Dudu e gravada
por Zeca Pagodinho.
Fera no cavaquinho e no banjo, Dudu tocou durante
mais de seis anos na banda de Zeca. Para retribuir, o
sambista aparece cantando na faixa "São José de Madureira" no disco do rapaz. "A participação dele no
meu CD era até previsível por causa da nossa parceira", diz Dudu.
O nome de Dudu começou a ficar conhecido há cerca de quatro anos. "Foi quando grandes artistas do
samba passaram a gravar composições minhas", lembra. Hoje, ele contabiliza mais de 70 músicas gravadas
por outros artistas. "Todo mundo do samba já cantou
coisa minha: Zeca, Martinho, Fundo de Quintal, Beth
Carvalho, Lecy Brandão, Grupo Raça, Sem Compromisso, Almir Guineto..."
Segundo o rapaz, suas maiores influências ainda são
os "mestres" Zeca, Martinho da Vila, Almir Guineto e
o grupo Fundo de Quintal. "Sempre fui muito precoce. Desde pequeno, saía de casa e passava uns quatro
dias sumido. Só para ir de um pagode para o outro, encontrando a galera do samba."
(CLAUDIA ASSEF)
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