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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
Não se estresse na escolha da carreira
Não sei se algum adolescente lê esta coluna, mas
deveria, pelo menos hoje. É que os assuntos são
carreira e vocação.
Antes de tudo, digo: não se apavore. Principalmente
se a sua praia for ciência.
Sempre volto ao livro "The Discoveries", de Alan
Lightman (o mesmo de "Os Sonhos de Einstein"). É uma
coleção dos principais artigos científicos do século 20,
antecedidos por uma breve biografia de cada pesquisador, escrita no estilo elegante de Lightman. Tem de tudo.
Tem o químico nerd que desde a infância só pensava
em ciência (Linus Pauling). Tem o cara que estudou física e matemática, aí decidiu virar para biologia e, até os 35
anos, ainda não tinha feito nem doutorado (Francis
Crick, um dos descobridores da dupla hélice do DNA).
Tem o fortão que era o rei dos esportes e das mulheres
e acabou virando um grande astrônomo (Edwin Hubble,
que deu nome ao telescópio).
E tem, principalmente, Hans Krebs, o cara que o pai
considerava um burraldo, que nunca entusiasmou seu
próprio mentor científico e que acabou fazendo uma das
descobertas mais importantes de todos os tempos: a maneira como os alimentos viram energia no corpo (já ouviu falar no ciclo de Krebs?).
O pai de jovem Hans era um otorrino famoso. Dizia
que o filho seria incapaz de seguir seus passos. Hans fez
medicina, passando pela faculdade sem destaque. Descobriu que gostava de pesquisa e se associou a um grande
cientista, Otto Warburg. Krebs tinha veneração por Warburg. O sentimento não era recíproco.
Quando Krebs esgotou todos os pós-doutorados, Warburg não moveu uma palha para arrumar-lhe emprego.
Krebs mudou-se da Alemanha para a Inglaterra. A Universidade de Sheffield lhe ofereceu trabalho.
Lá, silenciosamente, sem brilho, mas com método e insistência, fez sua grande descoberta. Se até esse cara deu
certo, relaxe. Você também vai dar.
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