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CIÊNCIA
Exposição sobre Albert Einstein, no Centro de Cultura Judaica, tem workshop para adolescentes, onde eles "testam" aplicações de física quântica do cientista
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DA REPORTAGEM LOCAL
"Até parece que a gente é mais inteligente do que o Einstein.
Identifiquei-me com ele, o boletim dele era bem ruim!", brinca Havi Menache, 17, referindo-se às notas escolares
do gênio da física. Havi foi com a escola visitar a exposição "Albert Einstein - O Personagem do Século", no Centro de Cultura
Judaica.
A mostra comemora o centenário de alguns grandes feitos de Einstein (1879-1955). Depois de percorrer uma galeria longa com 30 painéis com réplicas de documentos pessoais, manuscritos e fotos, vindos da Universidade Hebraica de Jerusalém, chega-se a um laboratório improvisado, com três lâmpadas sobre uma mesa.
Mas a idéia do laboratório, feita por dois
professores de física da USP, é bem mais
sofisticada que só lâmpadas acesas.
Enquanto fala, Havi picota um CD com
uma tesoura -o plástico do CD, sem o laminado, serve de prisma- para fazer um
espectroscópio, aparelho usado para observar a luz e ver como ela se decompõe em
gamas de cores, como um arco-íris.
"A gente tenta dar uma idéia da teoria
quântica. A luz é composta de partículas de
energia que Einstein chamou de quanta, ou
seja, fótons. Ele disse que todo material que
emite luz tem fótons específicos. Ou seja,
dá para determinar, a partir da luz, do que
as coisas são feitas", explica Marcos Lelo
Damasceno, 23, monitor na exposição e
aluno de física na USP.
O segundo experimento prova isso. Pegando uma estrela imaginária de "cobaia",
dá para notar que, mesmo de longe, é possível determinar do que é feito um corpo
celeste.
Com fichas de papel, os espectros, que
lembram códigos de barra coloridos e são a
forma escrita da decomposição da luz do
experimento anterior, é possível saber, por
comparação, se uma estrela tem em sua
composição, por exemplo, hélio, alumínio
ou hidroxigênio. Ou os três juntos.
"O espectro é como se fosse o "DNA" da
estrela", diz Marcos.
Havi diz não saber ao certo se decompor a
luz tem uma aplicação direta no dia-a-dia.
Mas arrisca: "A decomposição ajuda na
criação de fogos de artifício. Dá para identificar quais cores os elementos químicos
emitem. Por exemplo, se você quer a cor roxa nos fogos, vai ter que colocar neônio na
fórmula", diz, inspirada na lâmpada de
neônio que observa.
"Eu não gosto de física, mas é bem melhor aprender assim, com a mão na massa,
do que na lousa ou nos livros. Olha, estou
vendo o coloridinho, com roxo, verde,
amarelo e laranja", descreve Jessica Aparecida Concentino, 15, com o espectroscópio
colado no olho.(LUCRECIA ZAPPI)
ALBERT EINSTEIN - O PERSONAGEM DO SÉCULO.
Quando: De seg. a sex., das 10h às 21h; sáb., dom. e feriados, das 14h às 19h. Até 23 de outubro. Onde: galeria do Centro de Cultura Judaica (r. Oscar Freire, 2.500, São Paulo, tel. 0/xx/11-3065-4333). Grátis.
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