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Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
Bandas novas, internet e picanha
QUER DIZER QUE a internet destruiu a indústria da música, que os artistas são
agora livres, leves e soltos para falar direto com o público, que a web ferrou as grandes gravadoras e que tudo isso é maravilhoso?
Em parte é mesmo. Só não é tão simples.
Sugiro a leitura de uma reportagem de Jon
Pareles no "New York Times" sobre o CMJ,
aquela maratona anual de
shows de novos artistas
que rolou na semana passada em Nova York. Cinco dias, 1.100 (isso, mil e
cem!) bandas.
Pareles tem maturidade e pés no chão suficientes para enxergar que essa realidade radiosa da
web é também um poço
de problemas.
O maior: como ganhar
dinheiro com a música
hoje em dia?
Legal, uma banda nova
surge, bomba nos blogs e
sites influentes, libera
músicas na net e rapidamente cria uma base de
fãs no mundo todo. Lindo, né? Só tem um problema: os músicos vão viver
de quê? Vento?
A resposta mais óbvia é
que o jeito de faturar é fazer shows. Mas quantos?
E onde? Na reportagem
do "NYT", Pareles relata
casos de bandas desesperadas no CMJ, fazendo 12
apresentações em cinco
dias, na esperança de serem descobertas por um
site e/ou blog influente.
Transformar a música
em atividade menos rentável pode, no pior cenário, ter a
seguinte conseqüência. Os artistas vão ficar no mercado
cada vez menos tempo, já que vão precisar arrumar outro jeito de ganhar a vida. Ninguém vai conseguir amadurecer e melhorar seu som. Música vai virar coisa de diletantes ou, então, de gente que bem no começo da carreira já é totalmente engolida por grandes corporações
-sei lá, uma cantora jovenzinha patrocinada pelo X-Picanha, já imaginou que deprimente?
Leia aqui a reportagem de Pareles: http://is.gd/5hjy.
O título diz tudo: "Fama, sim; fortuna, nem tanto".
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