São Paulo, segunda-feira, 04 de junho de 2007

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artes plásticas

Arte e sangue

Líder do Babyshambles, Pete Doherty expõe desenhos feitos com sangue e lança livro de poemas e pensamentos

MANUELA MINNS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES

Garoto problema ou gênio atormentado? Essa questão está sempre presente quando se pensa ou se fala do roqueiro rebelde Pete Doherty, 28. Agora, o controverso líder da banda Babyshambles e caso da modelo Kate Moss ampliou seu campo de atividades: acaba de inaugurar uma exposição de arte em Londres e está prestes a lançar um livro com poemas, letras de músicas e anotações de seus diários desde 1999.
A exposição "Bloodworks" (obras de sangue) reúne 14 pinturas e desenhos que misturam lápis, tinta, colagens e o tão falado sangue. A galeria é a Bankrobber (www.bankrobber london.com), um pequeno e estiloso espaço localizado em uma rua sossegada de Notting Hill. Segundo o material de divulgação, o uso do sangue expressa "a intensidade com que Doherty vive a vida".
Também vai ser na Bankrobber o lançamento do "The Books of Albion - The Collected Writings of Peter Doherty", previsto para final de junho (pré-venda no site www.ama zon.co.uk por 20 libras). As páginas guardam reflexões pessoais, fotografias, letras de músicas e poemas feitos desde o tempo em que ele vendia pipoca no Prince Charles Cinema, em Leicester Square, e sonhava em montar uma banda.
Pete Doherty ficou famoso como cantor e guitarrista dos Libertines, em 2002. Além da boa música, Doherty e seu companheiro Carl Barat protagonizavam brigas homéricas no palco e fora dele. Desde então, notícias sobre sua dependência de heroína e de crack recheiam as colunas de fofocas.

A crítica
Descritos como viscerais, chocantes e com um certo humor negro, os desenhos de Doherty não inspiraram críticas favoráveis na imprensa local.
Jornais como o "The Observer" se limitaram a dar notas sucintas. Já o crítico Fisun Guner, do jornal "Metro", com mais de 1 milhão de cópias distribuídas gratuitamente nas ruas do Reino Unido, detonou a mostra.
Guner chama Doherty de "Rimbaud das celebridades pop" e ironiza o uso do sangue.
Sobre o quadro mais comentado da exposição, o auto-retrato feito a lápis com manchas de sangue (foto maior nesta página), Guner é inclemente: "Dá para reconhecer que é ele, mas executado com a mão pesada de uma pessoa de 12 anos."


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