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artes plásticas
Arte e sangue
Líder do Babyshambles, Pete Doherty expõe desenhos feitos com sangue e lança livro de poemas e pensamentos
MANUELA MINNS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES
Garoto problema ou
gênio atormentado? Essa questão
está sempre presente quando se
pensa ou se fala do roqueiro rebelde Pete Doherty, 28. Agora,
o controverso líder da banda
Babyshambles e caso da modelo Kate Moss ampliou seu campo de atividades: acaba de inaugurar uma exposição de arte
em Londres e está prestes a
lançar um livro com poemas,
letras de músicas e anotações
de seus diários desde 1999.
A exposição "Bloodworks"
(obras de sangue) reúne 14 pinturas e desenhos que misturam
lápis, tinta, colagens e o tão falado sangue. A galeria é a Bankrobber (www.bankrobber
london.com), um pequeno e
estiloso espaço localizado em
uma rua sossegada de Notting
Hill. Segundo o material de divulgação, o uso do sangue expressa "a intensidade com que
Doherty vive a vida".
Também vai ser na Bankrobber o lançamento do "The
Books of Albion - The Collected Writings of Peter Doherty",
previsto para final de junho
(pré-venda no site www.ama
zon.co.uk por 20 libras). As
páginas guardam reflexões
pessoais, fotografias, letras de
músicas e poemas feitos desde
o tempo em que ele vendia pipoca no Prince Charles Cinema, em Leicester Square, e sonhava em montar uma banda.
Pete Doherty ficou famoso
como cantor e guitarrista dos
Libertines, em 2002. Além da
boa música, Doherty e seu
companheiro Carl Barat protagonizavam brigas homéricas
no palco e fora dele. Desde então, notícias sobre sua dependência de heroína e de crack recheiam as colunas de fofocas.
A crítica
Descritos como viscerais,
chocantes e com um certo humor negro, os desenhos de Doherty não inspiraram críticas
favoráveis na imprensa local.
Jornais como o "The Observer" se limitaram a dar notas
sucintas. Já o crítico Fisun Guner, do jornal "Metro", com
mais de 1 milhão de cópias distribuídas gratuitamente nas
ruas do Reino Unido, detonou a
mostra.
Guner chama Doherty de
"Rimbaud das celebridades
pop" e ironiza o uso do sangue.
Sobre o quadro mais comentado da exposição, o auto-retrato feito a lápis com manchas de
sangue (foto maior nesta página), Guner é inclemente: "Dá
para reconhecer que é ele, mas
executado com a mão pesada
de uma pessoa de 12 anos."
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