São Paulo, segunda-feira, 04 de julho de 2011 |
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Arroz do bandejão é soltinho, mas óleo demais estraga o bife MARINA FUENTES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Comida feita em grande quantidade e subsidiada para custar R$ 1,90 por cabeça. Fui almoçar no bandejão central da USP sem grandes expectativas. Ele atende funcionários e estudantes, que fazem filas que dão a volta no prédio. O motivo do sucesso é o preço. Quem pode gastar mais, corre para a FEA e come em um restaurante por quilo, com preço de almoço executivo, tido como "rango de playboy". A comida do bandejão varia conforme o dia. Quando fui almoçar na USP, foi servido um menu trivial: arroz (agulhinha, soltinho), feijão carioca (sem muito tempero), abóbora refogada (o melhor item do prato) e um triste bife, de indecifrável corte, esturricado pela fritura em excesso de óleo, que escorria no fundo da bandeja. Fiquei comendo e pensando de quantas formas a carne poderia ter sido melhor aproveitada (picadinho, por exemplo). Há alternativas bacanas para os naturebas: arroz integral e proteína de soja (aí sim, na forma de uma gororoba daquelas). Para acompanhar, suquinho artificial (mas bebível) de vários sabores, com e sem açúcar, oferecidos à vontade em máquinas de refresco. Há ainda salada de alface, cortada em processador (para temperar, vinagre e sal), e uma saudosa gelatina de uva como sobremesa. Não pode repetir, mas, se pedir, a "tia", mesmo com cara feia, lota a bandeja. Com fome, ninguém sai. Estivesse em uma cerâmica branca e servida em ambiente menos triste, a comida passaria por prato de padaria "ok". Mas em um cenário com paredes descascando, bandejas de metal retorcidas pelo tempo e cães baldios nos corredores, não há comida fácil de engolir. MARINA FUENTES é jornalista especializada em gastronomia e foi ao bandejão central da USP a convite do Folhateen Texto Anterior: Entre a moradia e o bandejão Próximo Texto: Tranquilo no condomínio Índice | Comunicar Erros |
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