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MÚSICA
De mulher para mulheres
RICARDO TIBIU
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O cenário punk rocker mundial ficou
marcado, no começo dos anos 90,
pela banda norte-americana Bikini
Kill, que rompia barreiras não só pela postura agressiva, mas pelas mensagens em
prol dos direitos das mulheres. O quarteto é
tido como o maior ícone do Riot Grrrl, um
movimento de cunho feminista, marcado
pelo respeito e pela união entre as mulheres, contra o sexismo e a homofobia.
No Brasil, quem traça caminho semelhante, há quase nove anos, é o grupo paulistano Dominatrix, que tem três discos
lançados. Dois deles, "Girl Gathering" (97)
e "Self Delight" (98), são considerados clássicos do hardcore feminista nacional.
No ano passado, elas fizeram alguns
shows nos EUA e depois armaram um giro
pelo Brasil com o duo americano The Haggard. "Fizemos 14 shows e apenas duas
apresentações não eram em festivais de
bandas femininas" diz Elisa Gargiulo, 24,
vocalista e guitarrista do Dominatrix. "No
começo era difícil passar a nossa mensagem; hoje, mais de mil pessoas vão ao
LadyFest, que organizamos", conclui.
O Dominatrix mantinha o selo Clorine
(www.clorinerecords.hpg.com.br), que
foi extinto. A partir da reformulação de
suas idéias, no início deste ano, nasceu o
Dykon Records. Fundado por Elisa e sua
namorada Kerby Ferris, 25, o objetivo é
lançar bandas femininas.
"Não precisa ser feminista ativista, como
nós, mas é preciso que respeite a luta das
mulheres", diz Elisa. O primeiro lançamento será um álbum repartido entre Hidra e
Santa Claus.
O "lado" do Hidra se chama "Great Personality" e mostra a influência do ótimo
Sleater-Kinney não só na formação (trio de
garotas com duas guitarras, bateria e sem
contrabaixo), mas no som.
O Santa Claus é o projeto de Cláudia
Rom, baterista do Hidra, com guitarra distorcida, bateria eletrônica e letras em português, abordando questões políticas e experiências pessoais.
O resultado é uma espécie de electro-punk-pop, como a irrequieta "Te Beijar" e
a convidativa "Dance Comigo".
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