São Paulo, segunda-feira, 04 de dezembro de 2006

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carreira

Internet amplia mercado em comunicação

Formação inclui cursos de jornalismo, publicidade, rádio e TV e relações públicas

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Talvez quem tenha menos de 25 anos não se lembre muito bem de um cara que usava cartola, óculos grandes e redondos, uma buzina pendurada no pescoço e vivia gritando "quem não se comunica, se trumbica". Era o apresentador de TV Abelardo Barbosa, o Chacrinha, sendo profético em relação ao novo milênio.
E olha que naquela época ainda nem existia a internet. A expansão da web fez crescer ainda mais o número de profissões ligadas à comunicação social, o sexto curso mais procurado em vestibulares do Brasil, no ano de 2004, com 242.892 inscritos.
"O mercado de trabalho em comunicação social está sempre em expansão. As novas tecnologias estão propiciando ao jovem profissional oportunidades de trabalho em todas as áreas, principalmente em jornalismo, publicidade e rádio e TV", analisa a professora Tereza Cristina Vitali, diretora da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.
Para ela, entre as áreas de trabalho que devem acolher mais profissionais nos próximos anos estão pesquisa de opinião pública, a própria internet, linguagens interativas e novos veículos de comunicação. Ela identifica o crescimento do ciberespaço e do número de eventos culturais como fatores que contribuem para a expansão da carreira. "Tudo isso desperta a atenção dos jovens, não somente como algo que ele irá conhecer na faculdade mas também como oportunidades de trabalho", diz.

Glamour
Mas o crescimento abrupto também trouxe problemas estruturais. "Nós temos uma explosão na demanda que me parece artificial", diz Victor Aquino, professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP.
Para ele, existe uma glamourização das profissões ligadas à comunicação social, o que fez crescer em demasia a oferta de mão-de-obra e o número de vagas nas faculdades.
"O que acho mais estranho é colocar atividades tão diferentes num balaio só. As faculdades de comunicação social hoje incluem cursos como jornalismo, publicidade e relações públicas, que são muito diferentes em suas estruturas. Algumas até colocam turismo nessa mesma gaveta, em função de uma classificação equivocada do Ministério da Educação", critica Aquino.
Essa imprecisão apontada pelo professor pode explicar o degrau que existe entre o número total de formados pelos cursos de comunicação e o número de pessoas formadas em comunicação que trabalha na área (27,7%, segundo o IBGE).
Segundo o instituto, entre os profissionais que se formaram em comunicação social, há mais gente trabalhando como gerente de apoio e de produção, por exemplo, do que como jornalista.


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