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carreira
Internet amplia mercado em comunicação
Formação inclui cursos de jornalismo,
publicidade, rádio e TV e relações públicas
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Talvez quem tenha
menos de 25 anos
não se lembre muito
bem de um cara que
usava cartola, óculos
grandes e redondos, uma buzina pendurada no pescoço e vivia gritando "quem não se comunica, se trumbica". Era o
apresentador de TV Abelardo
Barbosa, o Chacrinha, sendo
profético em relação ao novo
milênio.
E olha que naquela época
ainda nem existia a internet. A
expansão da web fez crescer
ainda mais o número de profissões ligadas à comunicação social, o sexto curso mais procurado em vestibulares do Brasil,
no ano de 2004, com 242.892
inscritos.
"O mercado de trabalho em
comunicação social está sempre em expansão. As novas tecnologias estão propiciando ao
jovem profissional oportunidades de trabalho em todas as
áreas, principalmente em jornalismo, publicidade e rádio e
TV", analisa a professora Tereza Cristina Vitali, diretora da
Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.
Para ela, entre as áreas de
trabalho que devem acolher
mais profissionais nos próximos anos estão pesquisa de
opinião pública, a própria internet, linguagens interativas e
novos veículos de comunicação. Ela identifica o crescimento do ciberespaço e do número
de eventos culturais como fatores que contribuem para a expansão da carreira. "Tudo isso
desperta a atenção dos jovens,
não somente como algo que ele
irá conhecer na faculdade mas
também como oportunidades
de trabalho", diz.
Glamour
Mas o crescimento abrupto
também trouxe problemas estruturais. "Nós temos uma explosão na demanda que me parece artificial", diz Victor Aquino, professor titular da Escola
de Comunicações e Artes da
USP.
Para ele, existe uma glamourização das profissões ligadas à
comunicação social, o que fez
crescer em demasia a oferta de
mão-de-obra e o número de vagas nas faculdades.
"O que acho mais estranho é
colocar atividades tão diferentes num balaio só. As faculdades de comunicação social hoje
incluem cursos como jornalismo, publicidade e relações públicas, que são muito diferentes
em suas estruturas. Algumas
até colocam turismo nessa
mesma gaveta, em função de
uma classificação equivocada
do Ministério da Educação",
critica Aquino.
Essa imprecisão apontada
pelo professor pode explicar o
degrau que existe entre o número total de formados pelos
cursos de comunicação e o número de pessoas formadas em
comunicação que trabalha na
área (27,7%, segundo o IBGE).
Segundo o instituto, entre os
profissionais que se formaram
em comunicação social, há
mais gente trabalhando como
gerente de apoio e de produção,
por exemplo, do que como jornalista.
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