DA REPORTAGEM LOCAL

"Os/as alunos/as das escolas públicas e particulares ficam proibidos/as de namorar com intimidades, beijos e abraços dentro das dependências escolares", diz o primeiro artigo do projeto de lei 67/2009.
O segundo, por sua vez, especifica que "será considerado "namoro íntimo" se o casal de adolescentes estiver se beijando ou abraçado ou, ainda, isolado do grupo de colegas".
O texto segue até o artigo de número sete. No final, uma assinatura: Carolina Thomé, Parlamento Jovem Paulista.
A garota, de 15 anos, propôs a lei que disciplina o namoro na escola quando participou do PJP, no ano passado.
"Sim, já ouvi que estou contra a corrente!", adianta, em entrevista à Folha, por telefone, em meio a risos. "Penso no futuro do jovem. Se ele namora na escola, deixa de prestar atenção, não participa, e isso prejudica bastante."
A má recepção do projeto entre seus colegas de escola não abala a garota, de colégio público. "Muitos dão risada, mas é o certo, os jovens ficam com muitas pessoas, a rotatividade é grande, passa doenças."
Carolina quer estudar turismo em escola técnica e artes cênicas na faculdade. Não namora, hoje. "Está muito cedo, namoro tem para o resto da vida, os estudos são para agora."
O projeto antibeijo foi "aprovado" entre teens durante o PJP de 2009, ela informa. Entre as punições previstas aos beijoqueiros, estão o diálogo com os pais e a transferência de sala ou de período escolar.
O PJB é uma simulação, vale lembrar -ou seja, mesmo aprovada, a lei não vai entrar em vigor.
(DIOGO BERCITO)


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