UOL


São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POP TEEN

Kelly Key faz campanha para o governo e defende desinteresse por política

Baba sim, lê lê lê não

Divulgação
Kelly Key, que lançou na semana passada seu segundo CD, "Do Meu Jeito"


JANAINA FIDALGO
DA FOLHA ONLINE

Protagonista da campanha de prevenção à Aids do Ministério da Saúde no Carnaval, a cantora Kelly Key, 20, disse que só se engajaria em outra luta se fosse contra a fome. Segundo ela, esses são os dois únicos assuntos que interessam aos adolescentes, que, na sua opinião, não gostam de política.
"No contexto brasileiro há vários assuntos a serem discutidos e revisados, só que, para o meu público, acho que é só essa coisa da camisinha e a campanha contra a fome. Por enquanto é só isso, porque meu público é adolescente e infantil. Claro que eles precisam ser ensinados para o futuro, mas no momento... Adolescente não gosta de falar de política, de lê lê lê", disse.
A cantora lançou na semana passada o CD "Do Meu Jeito".

Política, não
Kelly Key evita falar sobre política. "Acho que a gente tem de saber o básico, mas eu procuro não me infiltrar nisso. Não sou a pessoa mais indicada para falar sobre esse assunto. Meu papo é com os jovens... de felicidade e relacionamento. Não estou aqui para falar de política", afirmou a cantora.
Apesar de concordar que a campanha contra a Aids não deixa de ser uma atitude política, ela acha o tema mais próximo de seus fãs.

Eleições
O presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Felipe Maia, discorda da cantora. "Isso não existe."
"Pelo contrário. A participação política do jovem está crescendo. É claro que há momentos em que participam mais e, em outros, menos, mas com a campanha do Lula e a possibilidade de renovar os projetos, a juventude começou a participar mais da política brasileira", disse.
Para Maia, há um pouco de desinteresse político no país, mas, comparado com o total do eleitorado, o interesse dos eleitores jovens é inclusive maior.
No ano passado, 2,2 milhões de jovens entre 16 e 17 anos votaram para presidente, apesar de o voto não ser obrigatório.

Proposta polêmica
A letra da música "Adoleta" (conhecida brincadeira de infância), tem um refrão que promete dar o que falar: "Te chamo pro cinema, você tem que estudar/E quando você sai, sempre tem hora pra voltar".
Para a cantora, a música não incentiva crianças e adolescentes a largar os estudos.
"Todo jovem tem de aproveitar a vida. Muitos pais acham que a infância é só o estudo. E o adolescente acaba perdendo outras coisas da juventude. Eu não sou a pessoa mais indicada para dizer: "Vá estudar!". Mas não estou dizendo para ninguém largar os estudos."
Em "Não Sou Tão Fácil Assim", outra faixa do CD, a ênfase é a pressão da primeira transa. "O jovem tem muito medo de perder o namorado. Essa música diz exatamente para o adolescente ter calma e fala que a mulher não precisa ser fácil."
Kelly Key engravidou aos 17 anos do cantor Latino, seu ex-marido. "Enquanto as minhas amigas queriam brincar de boneca, eu queria ter um filho. Não digo precoce. Sou uma pessoa que tem atitude. Gosto de viver o que eu vivo."



Texto Anterior: Veja quando serão os shows no Brasil
Próximo Texto: Lançamentos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.