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POP TEEN
Kelly Key faz campanha para o governo e defende desinteresse por política
Baba sim, lê lê lê não
Divulgação
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Kelly Key, que lançou na semana passada seu segundo CD, "Do Meu Jeito" |
JANAINA FIDALGO
DA FOLHA ONLINE
Protagonista da campanha de prevenção à Aids do Ministério da Saúde no
Carnaval, a cantora Kelly Key, 20, disse
que só se engajaria em outra luta se fosse
contra a fome. Segundo ela, esses são os
dois únicos assuntos que interessam aos
adolescentes, que, na sua opinião, não
gostam de política.
"No contexto brasileiro há vários assuntos a serem discutidos e revisados, só
que, para o meu público, acho que é só
essa coisa da camisinha e
a campanha contra a fome. Por enquanto é só isso, porque meu público
é adolescente e infantil.
Claro que eles precisam
ser ensinados para o futuro, mas no momento...
Adolescente não gosta
de falar de política, de lê
lê lê", disse.
A cantora lançou na
semana passada o CD
"Do Meu Jeito".
Política, não
Kelly Key evita falar sobre política. "Acho que a
gente tem de saber o básico, mas eu procuro não
me infiltrar nisso. Não
sou a pessoa mais indicada para falar sobre esse
assunto. Meu papo é
com os jovens... de felicidade e relacionamento.
Não estou aqui para falar
de política", afirmou a
cantora.
Apesar de concordar que a campanha
contra a Aids não deixa de ser uma atitude política, ela acha o tema mais próximo
de seus fãs.
Eleições
O presidente da UNE (União Nacional
dos Estudantes), Felipe Maia, discorda da
cantora. "Isso não existe."
"Pelo contrário. A participação política
do jovem está crescendo. É claro que há
momentos em que participam mais e, em
outros, menos, mas com a campanha do
Lula e a possibilidade de renovar os projetos, a juventude começou a participar
mais da política brasileira", disse.
Para Maia, há um pouco de desinteresse político no país, mas, comparado com
o total do eleitorado, o interesse dos eleitores jovens é inclusive maior.
No ano passado, 2,2 milhões de jovens
entre 16 e 17 anos votaram para presidente, apesar de o voto não ser obrigatório.
Proposta polêmica
A letra da música "Adoleta" (conhecida
brincadeira de infância), tem
um refrão que promete dar o
que falar: "Te chamo pro cinema, você tem que estudar/E quando você sai, sempre tem hora pra voltar".
Para a cantora, a música
não incentiva crianças e adolescentes a largar os estudos.
"Todo jovem tem de aproveitar a vida. Muitos pais
acham que a infância é só o
estudo. E o adolescente acaba perdendo outras coisas da
juventude. Eu não sou a pessoa mais indicada para dizer:
"Vá estudar!". Mas não estou
dizendo para ninguém largar os estudos."
Em "Não Sou Tão Fácil Assim", outra faixa do CD, a
ênfase é a pressão da primeira transa. "O jovem tem muito medo de perder o namorado. Essa música diz exatamente para o adolescente ter
calma e fala que a mulher
não precisa ser fácil."
Kelly Key engravidou aos 17 anos do
cantor Latino, seu ex-marido. "Enquanto
as minhas amigas queriam brincar de boneca, eu queria ter um filho. Não digo
precoce. Sou uma pessoa que tem atitude. Gosto de viver o que eu vivo."
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