São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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arte marcial

Conheça o wen-do, luta que defende as garotas do assédio de rapazes abusados; São Paulo tem oficinas gratuitas até o fim do ano

Vai encarar?

Nilton Fukuda/Folha Imagem
Zaíra Carolina Pires, 18, treina socos na oficina de wen-do; ela acha que todas as mulheres precisam saber se defender atualmente


LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O velho embate entre garotas e garotos está ganhando um novo componente.
Um grupo de meninas destemidas vai promover até o fim do ano uma série de oficinas de wen-do para incrementar o desempenho das garotas na guerra dos sexos. Nunca ouviu falar?
Wen-do é uma luta feminista. Com movimentos emprestados de várias lutas marciais, como o tae-kwon-do e o kung-fu, a técnica tem o objetivo de ajudar as mulheres a se defenderem em situações de risco de violência sexual.
Portanto não vale para assaltos nem para se livrar de outras garotas encrenqueiras. O wen-do serve apenas para as mulheres se defenderem do assédio dos homens em situações corriqueiras. Aquele engraçadinho que tenta "encoxar" no ponto de ônibus e o menino que chega com um xaveco abusado na balada podem ser repreendidos com os golpes da luta.
Zaíra Carolina Pires, 18, já participou de duas oficinas e garante que incorporou as novidades ao cotidiano. "Sinto mais segurança para andar sozinha por certos lugares. Sei que, se algo acontecer, vou conseguir me defender. Nos dias de hoje, é fundamental", conta.
Além de golpes como socos, cotoveladas, joelhadas e chutes, as oficinas de wen-do também vão ensinar as garotas a evitarem o assédio. "A gente treina o olhar. Não precisa fazer cara de brava, basta fechar o semblante e fazer uma cara de quem não quer contato", conta Bruna Mantese, 28, uma das coordenadoras da oficina.
Ela garante que para praticar wen-do não é necessário condicionamento físico nem agilidade, porque a luta trabalha com a força "interior" de cada mulher, que, segundo ela, independe do muque.
A estudante Maysa Martins, 17, que já participou de duas oficinas, assina embaixo. "Eu não fazia idéia da força que tenho. Durante o treino, percebi que posso dar socos tão fortes quanto qualquer homem", diz.


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