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crítica
Freak show
A psicodelia veste roupa nova com o lançamento
do Flaming Lips e a estréia do Clap Your Hands Say Yeah
SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ei, siga aquela bolha! Dentro dela
vai um cara legal.
É Wayne Coyne,
vocalista dos Flaming Lips, banda que passou
por aqui no ano passado e
acaba de lançar "At War
With the Mystics", terceira
parte da trilogia pop freak
iniciada em 1999 com o viajante "The Soft Bulletin".
Os Lips são uma encarnação contemporânea do espírito hippie dos anos 70 temperada com doses de psicodelia e rock progressivo. A
sensação é a de estar ouvindo
um conjunto de canções de
protesto embaladas por melodias de ninar. Esquisito?
Pois é, mas fica lindo. Tanto
que é capaz até de amolecer o
coração do meu amigo Álvaro Pereira Jr., aqui ao lado,
que primeiro tinha dado um
"pause" para os caras e agora
já está começando a gostar
do novo disco.
Preste atenção, especialmente, em "Free Radicals",
panfletinho político em que
Wayne canta em falsete, e
"Mr. Ambulance Driver",
um romance de humor negro em poucos versos.
Representantes da mesma linha psicodelia freak, o
Clap Your Hands Say Yeah é
fenômeno recente. Eles
soam como se Bob Dylan e
David Bowie tivessem decidido assumir os vocais do
Talking Heads e acelerar o
andamento de todas as músicas. O CD de estréia da
banda está para sair no Brasil. Fique de olho.
E, se você curtir essas
duas bandas, dê uma procurada por alguns de seus parentes no mundo pop. Vale
conferir o Mercury Rev, fundado por um ex-Lip, Jonathan Donahue, e que aposta
numa onda mais esotérica, e
o Arcade Fire, que é tão refinado que, uma hora dessas,
vai nos mostrar que conseguiram elevar a música pop à
categoria de sonho.
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