São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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crítica

Freak show

A psicodelia veste roupa nova com o lançamento do Flaming Lips e a estréia do Clap Your Hands Say Yeah

SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ei, siga aquela bolha! Dentro dela vai um cara legal. É Wayne Coyne, vocalista dos Flaming Lips, banda que passou por aqui no ano passado e acaba de lançar "At War With the Mystics", terceira parte da trilogia pop freak iniciada em 1999 com o viajante "The Soft Bulletin".
Os Lips são uma encarnação contemporânea do espírito hippie dos anos 70 temperada com doses de psicodelia e rock progressivo. A sensação é a de estar ouvindo um conjunto de canções de protesto embaladas por melodias de ninar. Esquisito? Pois é, mas fica lindo. Tanto que é capaz até de amolecer o coração do meu amigo Álvaro Pereira Jr., aqui ao lado, que primeiro tinha dado um "pause" para os caras e agora já está começando a gostar do novo disco.
Preste atenção, especialmente, em "Free Radicals", panfletinho político em que Wayne canta em falsete, e "Mr. Ambulance Driver", um romance de humor negro em poucos versos.
Representantes da mesma linha psicodelia freak, o Clap Your Hands Say Yeah é fenômeno recente. Eles soam como se Bob Dylan e David Bowie tivessem decidido assumir os vocais do Talking Heads e acelerar o andamento de todas as músicas. O CD de estréia da banda está para sair no Brasil. Fique de olho.
E, se você curtir essas duas bandas, dê uma procurada por alguns de seus parentes no mundo pop. Vale conferir o Mercury Rev, fundado por um ex-Lip, Jonathan Donahue, e que aposta numa onda mais esotérica, e o Arcade Fire, que é tão refinado que, uma hora dessas, vai nos mostrar que conseguiram elevar a música pop à categoria de sonho.


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