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música
Tempestade Tarja
Cantora lírica demitida da banda de metal Nightwish volta a soltar a voz no disco "My Winter Storm"
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Levou dois anos para a
finlandesa Tarja Turunen, 30, lançar seu
primeiro disco solo
após ser despedida
em público pelo líder da banda
de metal melódico Nightwish.
Tuomas Holopainen, tecladista e chefe do grupo (ele escreve todas as músicas), logo
após entregar uma carta de demissão à cantora, a publicou
também no site oficial da banda, expondo para o mundo a
crise entre ele e Tarja e seu marido, o argentino Marcelo Cabuli, ex-empresário da banda.
Dividindo a vida entre Helsinque, na Finlândia, e Buenos
Aires, na Argentina, Tarja aproveitou a proximidade com o
Brasil para falar sobre seu disco
solo, "My Winter Storm" (minha tempestade de inverno),
que sai aqui no fim do mês.
Nos escritórios da gravadora
Universal, em São Paulo, ela
conversou com o Folhateen.
FOLHA - Como os fãs reagiram à
sua saída do Nightwish?
TARJA - Ficaram todos muito
chocados, ninguém esperava
por isso, nem eu. Ficaram ansiosos para saber o que aconteceria com a banda e comigo.
FOLHA - O que você tinha em mente ao começar a preparar o disco?
TARJA - A prioridade foi o som,
o som cinematográfico. Como
sou muito fã desse tipo de sonoridade, tenho uma enorme
discoteca de trilhas sonoras em
casa. Eu busquei ajuda nas pessoas que realmente trabalham
em trilhas de filmes. Mas antes,
pesquisei em minha própria
coleção de discos os nomes dos
músicos que compuseram minhas trilhas prediletas. Descobri que várias delas eram feitas
pelas mesmas pessoas.
FOLHA - Você tinha um filme em
mente antes de gravar o disco?
TARJA - Nunca tive um filme
em mente, mas o disco tem um
clima muito emocionante e rico em detalhes. Seria um filme
de fantasia mas também assustador. Assustador em um mundo lindo de fantasia, onde as
coisas acontecem do nada.
FOLHA - Você dizia estar cansada
de passar muito tempo somente
com homens quando saía em turnê.
Como você se sente agora...
TARJA - ...que estou sozinha?
(risos). Percebi que, durante
anos, vivi em um mundo masculino. Eu era a única garota,
por nove anos, no meio de 20
homens. Não que eu quisesse
ficar só, mas era a minha realidade. É um novo começo, e terei muita responsabilidade, afinal, não vou ter de dividir minha opinião com ninguém.
FOLHA - Você planeja contratar garotas para a sua banda solo?
TARJA - Eu nunca pensei sobre
isso, mas, sim, vou ter a Maria,
tecladista. Há também outras
mulheres na equipe que viajará
comigo. Faremos uma pequena
turnê de dez dias pela Europa,
e, no começo de abril de 2008,
começo a rodar o mundo.
FOLHA - E o Brasil...
TARJA - ...é claro, está incluído.
Sempre esteve em meus planos. Planejo voltar para cá
umas três vezes no ano, ir a alguns países, voltar para casa e
depois voltar a alguns deles. Espero que isso seja possível, pois
é muito menos estressante.
FOLHA - Desde que recebeu a carta,
você encontrou com a banda?
TARJA - Não, nunca mais.
FOLHA - E a música "I Walk Alone"
(eu caminho só)...
TARJA - ...não é uma declaração
sobre o que aconteceu no passado. Eu nem escrevi a letra.
FOLHA - E a música "Bye Bye Beautiful", do primeiro disco do Nightwish sem você, que é sobre você?
TARJA - Não ouvi ainda.
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