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O2 neurônio
Jô Hallack
Nina Lemos
Raq Affonso
A volta do selinho
O selinho que Bono deu numa fã (ou foi a fã
que deu em Bono?) confirmou o que já suspeitávamos. Esse hábito secular da humanidade voltou com força total. Já estávamos
percebendo o revival de selinhos desde que
as participantes do "Big Brother" resolveram armar um
fuzuê, beijando-se mutuamente com selinhos. Queriam
mostrar que eram modernas e afetuosas. Mas não a ponto de serem tachadas de lésbicas atiradas. Já Bono... bem,
ele queria tirar o sarro de uma fã. Geralmente, esse é o
principal motivo do surgimento das bandas de rock.
Apesar de freqüentar o Fórum Mundial e lutar por nós,
habitantes dos países pobres, ele é irlandês.
O selinho é o famoso beijo em cima do muro. É mais do
que um beijo na face. Bem menos do que um beijo de língua. Este, sabe-se lá por que, ganhou o nome de "french
kiss" (beijo francês). Aí surge a primeira dúvida: será que,
antes dos franceses, as pessoas se beijavam apenas com
selinhos? Como essa manifestação de afeto é praticamente um nada, é muito difícil você dizer não a um selinho. Só
sendo um Silvio Santos. "Nem selinho nem selo nem selão", retrucou ele, quando a ícone pop Hebe Camargo
tentou assediá-lo.
Hebe, aliás, desde que ficou viúva, resolveu encarnar o
beijoqueiro. Na virada deste ano, deu um selinho em Ana
Maria Braga. Já partiu para cima, também, do ministro
Gilberto Gil. Hebe estava se aproveitando da má fama das
pessoas do meio artístico que, erroneamente, são confundidas com gente animada que dá selinhos a torto e a direito.
Neste ano, aliás, o também tropicálio Caetano teve que
prestar esclarecimentos à nação depois que os jornais publicaram que ele tinha dado um selinho no padre Pinto.
Ou o padre nele. "Foi um beijo na face", tratou logo ele de
dizer.
Mas não acreditamos em selinhos na frente das câmeras. No fundo, esse tipo de selinho serve mais para chamar a atenção e escandalizar. Quer dizer, isso se você não
é irlandês. Mas como diz um amigo: "Não se deve negar
um selinho a ninguém". Nem mesmo para a Hebe.
momentos de histeria
Selinho
não pega
nada!
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