São Paulo, segunda-feira, 06 de abril de 2009

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Celebridade aos 17, flogueira lésbica argentina escreve autobiografia e lidera levante de 2.000 jovens em shopping

EVAM SENA
IURI TÔRRES

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

www.fotolog.com/cumbio. Você já acessou esse site? A dona é Agustina Vivero, de 17 anos. A garota é celebridade na Argentina, capa das principais publicações hermanas, com direito a perfil no "New York Times". Ela já estrelou comerciais e foi sondada para ser deputada. Agustina ganha dinheiro aparecendo em baladas e postando fotos.
Se você perguntar a um portenho o que Agustina faz, ele responderá: "nada, ela só tem um fotolog". E foi assim que Cumbio, como prefere ser chamada, ganhou fama. O "nickname" vem da paixão pelo ritmo latino cumbia.
Pelo fotolog, Cumbio fez muitos amigos. A casa de seus pais virou refúgio e ficou pequena para o grupo, que migrou para o shopping Abasto. Quando os encontros começaram a reunir até 2.000 adolescentes, o lugar resolveu barrar a entrada deles. A garota andrógina, lésbica assumida, chamou a atenção da mídia ao liderar o movimento de resistência dos flogueiros.
Depois, Cumbio foi personagem de uma campanha da Nike que buscava tipos urbanos reais. A imagem de Agustina, com seu cabelo colorido e milimetricamente fora do lugar, rodou a Argentina. Só em 2008, o fotolog da garota recebeu mais de 36 milhões de visitas, tornando-se um dos sites mais visitados do país.
Entre as aulas na faculdade e a atualização de dois fotologs, Cumbio conversou com o Folhateen. A garota conta que, apesar da fama, leva uma vida normal. "Moro com meus pais e namoro há um ano", explica. "Quero ser jornalista e apresentar um programa de entrevistas voltado a jovens."
Os fotologs de Cumbio despertam amor e ódio. Enquanto os fãs deixam comentários como "Cumbio é minha vida", há quem até deseje sua morte. "Não dou bola. São pessoas que não têm o que fazer", minimiza.
Sobre a autobiografia, "Yo, Cumbio" (ed. Planeta, 216 págs., sem edição brasileira), ela é direta: "Perguntaram se eu teria algo para contar, e respondi que sim, obviamente". A publicação descreve a trajetória da flogueira e fala sobre família, sexualidade e política.
Celebridades de internet vêm e vão, mas ela parece não se importar. "Nunca procurei a fama. Se terminar, as fotos vão ficar, eu vou rir e nada mais."

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