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Celebridade aos 17, flogueira lésbica argentina escreve autobiografia e lidera levante de 2.000 jovens em shopping
EVAM SENA
IURI TÔRRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
www.fotolog.com/cumbio.
Você já acessou esse site? A dona é
Agustina Vivero,
de 17 anos. A garota é celebridade na Argentina, capa das principais publicações hermanas,
com direito a perfil no "New
York Times". Ela já estrelou comerciais e foi sondada para ser
deputada. Agustina ganha dinheiro aparecendo em baladas
e postando fotos.
Se você perguntar a um portenho o que Agustina faz, ele
responderá: "nada, ela só tem
um fotolog". E foi assim que
Cumbio, como prefere ser chamada, ganhou fama. O "nickname" vem da paixão pelo ritmo
latino cumbia.
Pelo fotolog, Cumbio fez
muitos amigos. A casa de seus
pais virou refúgio e ficou pequena para o grupo, que migrou
para o shopping Abasto. Quando os encontros começaram a
reunir até 2.000 adolescentes,
o lugar resolveu barrar a entrada deles. A garota andrógina,
lésbica assumida, chamou a
atenção da mídia ao liderar o
movimento de resistência dos
flogueiros.
Depois, Cumbio foi personagem de uma campanha da Nike
que buscava tipos urbanos
reais. A imagem de Agustina,
com seu cabelo colorido e milimetricamente fora do lugar, rodou a Argentina. Só em 2008, o
fotolog da garota recebeu mais
de 36 milhões de visitas, tornando-se um dos sites mais visitados do país.
Entre as aulas na faculdade e
a atualização de dois fotologs,
Cumbio conversou com o Folhateen. A garota conta que,
apesar da fama, leva uma vida
normal. "Moro com meus pais
e namoro há um ano", explica.
"Quero ser jornalista e apresentar um programa de entrevistas voltado a jovens."
Os fotologs de Cumbio despertam amor e ódio. Enquanto
os fãs deixam comentários como "Cumbio é minha vida", há
quem até deseje sua morte.
"Não dou bola. São pessoas que
não têm o que fazer", minimiza.
Sobre a autobiografia, "Yo,
Cumbio" (ed. Planeta, 216
págs., sem edição brasileira),
ela é direta: "Perguntaram se
eu teria algo para contar, e respondi que sim, obviamente". A
publicação descreve a trajetória da flogueira e fala sobre família, sexualidade e política.
Celebridades de internet
vêm e vão, mas ela parece não
se importar. "Nunca procurei a
fama. Se terminar, as fotos vão
ficar, eu vou rir e nada mais."
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