São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Uma festa e quatro conduções

O bilhete único é a arma de dois jovens no desafio de chegar à balada (e voltar)

LUIZA TERPINS
Eduardo Anizelli/Folhapress
Os amigos Felipe, 20, e Vinícius, 18, esperam o ônibus na zona norte

COLABORAÇÃOPARA A FOLHA

Ir para a balada de carro?
Imagina. Para os estudantes Vinícius Borges, 18, e Felipe Marcondes,20, que moram na Zona norte de São Paulo,o que não pode faltar é um bilhete único carregado. "Para nós, as baladas já começam no ponto de ônibus", diz Felipe.
O Folhateen acompanhou a dupla do Tucurivi até a Funhouse, na região da Augusta, no penúltimo sábado (28).
Contando ida e volta, são dois ônibus e duas viagens de metrô. O trajeto leva cerca de uma hora. Mas imprevistos, como um ônibus que atrasa, acontecem. Para estar na Augusta antes da meia-noite,então, eles saem de casa às 22h.
Quando finalmente chegam, encontram uma amiga e param no bar.Ao enfim entrar na balada, à 1h30, uma dose com absinto e tequila faz Vinícius logo visitar o banheiro.
O álcool tem consequências perigosas: Felipe conta que, uma vez, após beber demais, pegou o ônibus errado para voltar e nem percebeu."Quando me dei conta, fiquei com tanta preguiça que preferi dormir até o ponto final." Vinícius diz que já vomitou "em todas as lixeiras do metrô Tucuruvi".
Uma das razões para eles beberem mais do que deveriam é que sempre ficam com o copo na mão até tarde. Não poderiam voltar mais cedo para casa nem querendo: o metrô só abre às 4h40. "Já tive que desistir por não estar afim de virar a noite", diz Felipe.
Como ter um carro atrapalharia na hora de beber, Vinícius prefere o ônibus. Felipe concorda.Estacionar também sairia caro, afirma. Eles dizem, porém,que depender do transporte público atrapalha um pouco com as meninas.
Levar uma garota pra balada de ônibus? Nem pensar. Segundo Vinícius, o longo trajeto traria um clima estranho. "Prefiro combinar com ela já no local, ou perto."
E se a balada render com alguma?" Não tem jeito.Um ônibus tiraria todo o clima", afirma Felipe, que diz apelar para a combinação táxi e motel quando a noite acaba bem.
Naquele dia, porém, ninguém pegou ninguém. Às 5h, os dois, cansados, chegaram ao metrô,onde começou a jornada da volta. Suas camas e travesseiros, contudo, ainda estavam a 14 estações, uma baldeação e um ônibus lotado. "Eu só queria que os assentos fossem mais confortáveis", brinca Vinícius.


Texto Anterior: Sexo & saúde - Jairo Bouer: Cigarro continua atraente para jovens
Próximo Texto: Transporte público de SP tem apagão noturno
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.