São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2007

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Pai teen passa dificuldades

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é nada mole a vida de um adolescente. O que dizer, então, das dificuldades de um pai teen? Além de encarar os sermões dos próprios pais e o olhar de reprovação dos sogros, os garotos sofrem para exercer sua paternidade precoce.
Sem condições financeiras para criar seus pimpolhos, muitos futuros papais acabam confiando seus recém-nascidos aos cuidados dos avós -paternos ou maternos.
"Quando os avós assumem a frente da situação, o pai é jogado para escanteio. Torna-se um coadjuvante na educação do filho", explica a psicanalista Walkíria Helena Grant, professora da psicologia da USP.
"Mesmo que o jovem não tenha dinheiro, deve ter algum tipo de responsabilidade fixa com seu filho. Que sejam três horas por dia brincando ou levando para passear. Além de ajudar a desenvolver a maturidade para encarar novas responsabilidades, isso estreita os vínculos de afeto entre os dois".
Pesquisa da Casa do Adolescente, programa da Secretaria Estadual de Saúde, realizada entre 2003 e 2005, apontou que 40% dos pais de 15 a 20 anos abandonam as parceiras antes do nascimento do bebê.
Segundo a coordenadora do projeto, Albertina Takiuti, uma das principais causas desse abandono é a baixa auto-estima das jovens mães. "As meninas grávidas perdem o poder de negociação com os parceiros. Se contentam com o fato de o pai ter registrado o filho", diz.
Se fossem maiores de 18, esses pais fujões teriam sérios problemas com a Justiça. No entanto, a menoridade os impede de acabar na cadeia.
Quem sofre as conseqüências é a família do pai menor. "Uma vez identificada a paternidade, os avós paternos são obrigados a prover o sustento da criança, até que o pai adolescente se estabilize no mercado de trabalho ou complete 18", afirma Ricardo Cabezon, presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB-SP. (DO)


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