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Balão
Além de diversão, HQ é fonte de informação
WALDOMIRO VERGUEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Muitos adultos lembram-se das restrições que pais e professores faziam
aos quadrinhos, afirmando que estes traziam pouca informação, divulgavam entretenimento dispensável, levavam à
preguiça mental e, pior, tiravam a atenção de leituras mais sérias. Eram acusações que expressavam o preconceito de
uma geração contra um meio de expressão legítimo e popular.
É possível apontar muitas HQs que
ampliam os conhecimentos de seu público. "Watchmen", de Alan Moore e Dave
Gibbons, apresenta a teoria do caos como nenhum livro de física poderia fazer.
Elementos de aerodinâmica são encontrados em produções antigas, como
"Flash Gordon", de Alex Raymond.
Atualmente, a mais barata e preciosa
fonte de informações das HQs é a série
"Martin Mystère", do italiano Alfredo
Castelli. Publicada no Brasil pela editora
Mythos, ela traz informações em todas as
áreas de conhecimento, como antropologia, história, geografia, artes místicas,
química, física etc., constituindo-se em
uma enciclopédia de conhecimentos gerais. Mais que isso: elaborada de forma
inteligente e divertida, ela consegue ir
aonde nenhuma enciclopédia jamais foi.
Pena que muitos pais e avós que faziam
objeções às HQs não estejam vivos para
comprovar como estavam errados.
Waldomiro Vergueiro é professor associado e
coordenador do Núcleo de Pesquisas de Histórias
em Quadrinhos da Escola de Comunicações e Artes da USP
balao@folha.com.br
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