São Paulo, segunda-feira, 06 de novembro de 2006

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Sexo & Saúde - Jairo Bouer

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Como eu puxo assunto com ela?

"Tenho 16, só fiquei uma vez, mas foi algo rápido, sem conversa. Não me acho feio; e as meninas também não. Conheci uma garota na academia e só dei um oi básico. Outro dia, conversando na internet, ela perguntou se eu estava namorando, respondi que não e descobri que ela também não está. Ela me perguntou se eu estava gostando de alguém e disse o nome dela. Ela falou que não estava gostando de ninguém, mas que poderia começar a gostar. Agora não sei mais como agir. O que faço? Do que converso?"

TIMIDEZ NO início das aproximações é um dos maiores obstáculos enfrentados por garotos e garotas no começo da vida afetiva. É difícil chegar, é complicado puxar papo e o xaveco e a paquera parecem um quebra-cabeça.
Como é que eu dou os primeiros passos, se eu nunca fiz isso antes? Como chegar até a garota sem parecer que eu sou atrapalhado e que não sei fazer nada direito? Como manter uma conversa inteligente com alguém que eu nem sei do que gosta de falar? São dúvidas que podem parecer bobas para quem já tem experiência, mas que se tornam um inferno para os que estão começando.
Garotos e garotas muito tímidos podem se bloquear a tal ponto que um encontro afetivo se torna quase impossível. Tem gente que chega até a passar mal (tontura, náusea, taquicardia, falta de ar, suor excessivo) só de saber que vai ter que enfrentar um encontro desse tipo.
Só que nosso leitor, ao contrário do que ele mesmo imagina, já deu os seus primeiros passos e, com toda a certeza, avançou bem na questão da aproximação. Vejam: primeiro ele já disse um "oi" para a garota e ela já sabe que ele "existe" e que treina, ao seu lado, na mesma academia. Depois, usando a internet (que pode ser um aliado das pessoas mais tímidas), ele contou que não está namorando e descobriu que ela também está livre. Já adiantou o trabalho e contou que está a fim dela. Também conseguiu sacar da garota a informação que ela pode vir a gostar de alguém (leia-se dele mesmo).
Obviamente, os dois lançaram uma espécie de cantada mútua pela rede. Ele jogou a isca, ela pegou. Falta agora sair do mundo virtual e voltar ao real. Mas falar do quê? Tanto faz! Escola, malhação, cinema, passeios, viagens, internet, enfim, qualquer assunto que sirva como pretexto, porque o que conta mesmo é chegar mais perto. Depois, com tempo, com intimidade, vocês vão conseguir trocar mais idéias e o papo vai fluir melhor.
E se no meio do caminho um dos dois perceber que não tem nada a ver com o outro? Essa é uma possibilidade que pode acontecer com qualquer um, experiente ou inexperiente. Mas, se a gente não tentar, nunca vai saber o que pode encontrar, não é mesmo?


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