|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sexo & Saúde - Jairo Bouer
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Como eu puxo assunto com ela?
"Tenho 16, só fiquei uma vez, mas foi algo rápido, sem
conversa. Não me acho feio; e as meninas também não.
Conheci uma garota na academia e só dei um oi básico. Outro
dia, conversando na internet, ela perguntou se eu estava
namorando, respondi que não e descobri que ela também
não está. Ela me perguntou se eu estava gostando de
alguém e disse o nome dela. Ela falou que não estava
gostando de ninguém, mas que poderia começar a gostar.
Agora não sei mais como agir. O que faço? Do que converso?"
TIMIDEZ NO início das aproximações é um
dos maiores obstáculos enfrentados por
garotos e garotas no começo da vida afetiva. É difícil chegar, é complicado puxar papo
e o xaveco e a paquera parecem um quebra-cabeça.
Como é que eu dou os primeiros passos, se eu nunca fiz isso antes? Como chegar até a garota sem parecer que eu sou
atrapalhado e que não sei fazer nada direito? Como manter
uma conversa inteligente com alguém que eu nem sei do que
gosta de falar? São dúvidas que podem parecer bobas para
quem já tem experiência, mas que se tornam um inferno para os que estão começando.
Garotos e garotas muito tímidos podem se bloquear a tal
ponto que um encontro afetivo se torna quase impossível.
Tem gente que chega até a passar mal (tontura, náusea, taquicardia, falta de ar, suor excessivo) só de saber que vai ter
que enfrentar um encontro desse tipo.
Só que nosso leitor, ao contrário do que ele mesmo imagina, já deu os seus primeiros passos e, com toda a certeza,
avançou bem na questão da aproximação. Vejam: primeiro
ele já disse um "oi" para a garota e ela já sabe que ele "existe"
e que treina, ao seu lado, na mesma academia. Depois, usando a internet (que pode ser um aliado das pessoas mais tímidas), ele contou que não está namorando e descobriu que ela
também está livre. Já adiantou o trabalho e contou que está a fim dela. Também conseguiu
sacar da garota a informação que ela pode
vir a gostar de alguém (leia-se dele mesmo).
Obviamente, os dois lançaram uma espécie de cantada mútua pela rede. Ele
jogou a isca, ela pegou. Falta agora sair
do mundo virtual e voltar ao real. Mas
falar do quê? Tanto faz! Escola, malhação, cinema, passeios, viagens, internet, enfim, qualquer assunto que sirva
como pretexto, porque o que conta
mesmo é chegar mais perto. Depois, com
tempo, com intimidade, vocês vão conseguir trocar mais idéias e o papo vai fluir
melhor.
E se no meio do caminho um dos dois
perceber que não tem nada a ver com o
outro? Essa é uma possibilidade que
pode acontecer com qualquer um, experiente ou inexperiente. Mas, se a
gente não tentar, nunca vai saber o
que pode encontrar, não é mesmo?
Texto Anterior: Baladas legais Próximo Texto: Cinema: A hora da Fênix Índice
|