São Paulo, segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

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INTERNETS

RONALDO LEMOS - ronaldolemos09@gmail.com

Saúde com as próprias mãos

HÁ UMA mania nova na praça: usar a tecnologia para medir, em tempo real, informações de saúde.
Para quem sofre de doenças como diabetes é comum, por exemplo, verificar o nível de glicose no sangue várias vezes. Só que essa nova onda envolve pessoas saudáveis que decidiram acompanhar (e postar on-line) seus dados de saúde.
A prática vem sendo chamada de "quantified self" (algo como "eu em números"). Muita gente passou a medir constantemente batimentos cardíacos, pressão arterial, calorias e a lista de alimentos ingeridos, montando tabelas com tudo.
Usam aparelhos como o Zeo (bit.ly/10jYvG), que fica preso à cabeça e mostra em detalhes a qualidade do sono. Ou o Fitbit (bit.ly/rTuo), que é colocado na cintura e mede a quantidade de exercícios diários.
Esse é o kit básico. A tendência agora é compartilhar os dados on-line e estabelecer conexões. Há grupos testando a relação entre consumo de café e a capacidade de concentração. Outros tentam provar que comer manteiga ajuda a resolver problemas matemáticos. Parece piada, mas muita gente leva a sério.
O bom é que a prática populariza o método científico e abre caminho para que hipóteses sejam testadas fora dos meios tradicionais.
Além disso, em sites como o Curetogether.com ("curando junto") pacientes com problemas parecidos trocam informações e superam a solidão de quem luta contra doenças crônicas.
Mas há problemas também. O que é "normal" para uma pessoa pode não ser para outra. É fácil abusar e ficar ansioso com as flutuações dos resultados.
Por isso, acompanhamento médico é fundamental.
Uma usuária que desistiu da prática escreveu:
"Como toda ferramenta, o automonitoramento pode ser positivo ou negativo. Para mim, estava virando instrumento de autotortura".
Em breve vai ser preciso medir o impacto que as próprias medições podem ter na saúde física e mental das pessoas.

JÁ ERA
Os traficantes do Rio como inspiração para os jovens das comunidades

JÁ É
Empolgação com a atuação da polícia, simbolizada pelo "herói" brasileiro capitão Nascimento

JÁ VEM
Uma sociedade que não precise mais de heróis ou de anti-heróis (espero eu)


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