São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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férias

Rumo ao sol

Calor, praia, baladas e muitas histórias de jovens que descem em turma para o litoral brasileiro nas férias de verão

ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,

B iquínis, cadeiras de praia, pranchas de surfe, cangas, sungas, CDs das bandas favoritas, pacotes de macarrão e muita disposição. Com todos esses utensílios colocados na mochila e no carro, milhares de jovens, muitos deles em turma, vão para o litoral brasileiro curtir as férias.
E, faça sol ou chuva, acompanhados ou solteiros, mas prontos para encontrar o tal "amor de praia", tudo o que eles querem é se divertir e colecionar histórias de verão.
Há quatro anos, por exemplo, as estudantes Gabriela Hernandes Von Rainer zu Harbach, 20, Mariana Antunes, 20, Jessika Chiarotti dos Santos, 21, e Samantha Oliveira, 22, planejam, com antecedência, a viagem de janeiro ou do Carnaval. O destino? Maresias (SP) ou alguma praia catarinense.
"Desde agosto, geralmente, começamos a nos organizar e a juntar dinheiro", revela Mariana, que lembra com orgulho da primeira viagem que fizeram juntas. "Nem foi preciso pedir dinheiro aos pais. Trabalhamos meses para arrecadar grana, fizemos bazar de roupas usadas, bingos, festas e assim pagamos a viagem e a casa."
A casa, porém, enquanto na internet parecia ser espaçosa o suficiente para acomodar mais de dez garotas, era bem diferente. "Era minúscula; não cabia ninguém! Imagine 12 meninas em um apartamento de 30 metros quadrados, com um banheiro e dois beliches?", conta Gabriela. "Até na porta da geladeira tinha gente dormindo! Eu dormia em um sofá de dois lugares, do tamanho de uma poltrona", completa Mariana.
Em 2005, elas novamente não tiveram sorte. "Não tinha televisão na casa! E para a nossa "sorte", em dez dias de praia, nove tiveram chuva. Ficávamos o dia inteiro comendo e, à noite, era aquele choro porque nenhuma roupa servia", conta Jessika.
Sem a preocupação de ter de procurar uma casa para alugar, uma vez que os amigos têm residências na praia, a turma de Thiago Gervásio Cruz, 21, Francisco Secaf Alves Silveira, 20, e Gabriel Sousa Alves, 21, sai de Orlândia (366 km de São Paulo) e, ao som de música sertaneja, desce a serra até o litoral paulista desde 2004.
"O mais bacana de ir com a galera é que não tem "tempo ruim". A diversão é garantida, mesmo se estiver nublado ou chovendo", diz Francisco. Para ele, um dos poucos problemas é a limpeza da casa.
"Imagine só 15 homens em um apartamento depois de um dia todo de praia? Geralmente nos organizamos da seguinte maneira: enquanto alguns ficam encarregados de fazer a comida, outros arrumam a mesa e ainda há aqueles que acabam cuidando de algum que exagerou na bebida", conta Thiago. Mas nem é sempre assim: "Sempre tem um que não quer ajudar", reclama Francisco.

Amor de praia
Solteiros e muitas vezes dispostos a se apaixonar mais de uma vez durante as férias, quem vai para a praia no verão afirma que a paquera rola livremente, seja durante a tarde ou à noite, caminhando pelo calçadão, nos bares à beira- mar ou nas baladas (veja a programação de festas na página 8).
"Quando só estamos as meninas reunidas, alguns caras vêm falar com a gente. E, é claro, dependendo se eles forem bonitos ou não, nem sempre falamos o nosso nome verdadeiro", revela Isabella Amaral Santos Vasone, 15.
Ela pretende viajar nestas férias com mais duas amigas e, apesar da presença dos pais de uma delas, garante que será divertido. "Eles são legais. Só temos horário para voltar, porque, à noite, só tem pessoas mais velhas na rua e fica meio perigoso."
De acordo com Gabriela, é difícil definir como rola a paquera, porque, segundo ela, cada viagem é diferente. "Teve praia em que umas estavam na pegada, outras mais calmas e algumas namorando. Mas sempre tem um clima de paquera rolando. Acabam surgindo os amores e as decepções", diz.
E se acontecer de quererem ficar com o mesmo garoto? Samantha declara a regra do grupo: "Quem viu primeiro tem a preferência".
E para aqueles que acreditam no ditado popular de que amor de praia não sobe serra, Thiago prova o contrário. Nas férias de verão de 2005, ele conheceu a sua atual namorada. O verão está apenas começando...


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