São Paulo, segunda-feira, 07 de fevereiro de 2011

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VOCÊ É O CRÍTICO

Uma dor chamada saudades

MÁRCIA SHIMABUKURO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um mês longe, sozinha, com uma mala e uma mochila. Cheguei a um país estranho, a Argentina, sem saber falar a língua.
Às vezes, saio à noite, caminhando pela borda do rio, olhando as lindas serras que completam a paisagem dos meus sonhos.
Para cima, há estrelas, muitas. Em São Paulo, quase nunca parava para admirá-las. Talvez porque estivesse sempre apressada. Ou talvez porque a poluição da cidade cubra quase todas.
Sinto um vento fresco que me anima e me entristece. Penso na minha terra, no mundo do qual faço parte.
O que será que sentem minha mãe e meu pai no lugar onde estão? Se sentem frio ou calor, não sei.
Sei o que eu sinto. Uma dorzinha incômoda que deixa a alma toda inquieta. Uma vontade louca de voltar, mesmo quando tudo está bem.
Essa dor que só nós brasileiros nomeamos: saudade.

Márcia Shimabukuro, 19, é estudante e está em intercâmbio na Argentina


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