São Paulo, segunda, 7 de abril de 1997.

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Novos nomes subvertem MPB

especial para a Folha

Feliz exemplo da força do mangue é o disco de estréia do Dona Margarida Pereira & os Fulanos, vencedor do festival Viva a Música, que aconteceu em setembro de 96 em Recife, e cujo primeiro prêmio foi o lançamento de um CD.
Na gravação, o grupo juntou o punch de seu show com um interesse por tudo que pudesse experimentar num estúdio. O resultado está em faixas como "Música Pra Pular Brasileira", verdadeiro quebra-cabeça de samples de MPB.
Outro ponto forte são as insólitas participações especiais que vão de Fred Zero Quatro e Tony (do Mundo Livre S/A, dando balanço ao experimental numa cover do grupo paulista Vziyadoq Moe) até a mistura de frevo e jungle no caixa de Pupilo (Nação Zumbi).
O outro lançamento esperado para abril vem do Alto José do Pinho, morro do bairro da Madalena, uma das regiões mais pobres do Grande Recife, já citado como a "Seattle dos miseráveis".
De lá vem o Devotos do Ódio, banda de hardcore que tirou seu nome de um livro de José Louzeiro sobre as vítimas da seca. Nas músicas, as letras de crítica social óbvia dão lugar a pequenas crônicas sobre o cotidiano (como os hits locais "Vida de Ferreiro" e "Punk Rock Hard-Core") e a performance do vocalista/baixista Canibal.
Com produção nas mãos de Lúcio Maia, guitarrista do Nação Zumbi, o Devotos lançará seu primeiro CD pelo selo Plug, da BMG.

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