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ATIVISMO
Representantes de organizações capitalistas são os principais alvos de tortadas
Protesto pastelão
ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL
O que Bill Gates, o ex-presidente do
FMI Michel Camdessus e o presidente
do PT, José Genoino, têm em comum?
Os três já foram "tortados", ou seja, levaram uma tortada na cara de ativistas que
protestam contra a globalização.
A vítima mais recente foi Rubens Ricupero, secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento), que quase levou
uma torta de chocolate na cara -conseguiu desviar e só ficou com a roupa suja.
O que leva jovens do mundo todo a
protestar dessa forma? A ativista Maria
Luiza (nome fictício), 20, que atirou a
torta em Ricupero, contou ao Folhateen
o que a motivou. "Ricupero é o representante da Unctad, que vai fazer uma conferência em São Paulo, de 13 a 18 de junho, onde vários acordos a respeito da
nossa vida serão fechados, sem que possamos interferir", disse. "A Unctad é
mais um organismo que busca dinamizar a economia mundial, o que não resolve a desigualdade e as injustiças sociais."
Depois da tortada, Maria Luiza e seu
grupo divulgaram uma nota em nome
dos Confeiteiros Sem Fronteiras. Na verdade, não existe um grupo formal com
esse nome. "Somos uma rede descentralizada e sem membros formais. Qualquer pessoa que siga nosso princípio de
desmoralizar, por meio de tortadas, autoridades que contribuem para a opressão já é um confeiteiro", afirma.
Ela prefere não revelar os próximos alvos. "A lista de autoridades que iludem o
povo é grande. Estamos aumentando a
produção de tortas para dar conta", diz.
Pela lei brasileira, quem atira tortas pode ser processado. Menores de 18 anos também podem ter de
prestar serviços à comunidade.
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