São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2004

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ATIVISMO

Representantes de organizações capitalistas são os principais alvos de tortadas

Protesto pastelão

ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O que Bill Gates, o ex-presidente do FMI Michel Camdessus e o presidente do PT, José Genoino, têm em comum? Os três já foram "tortados", ou seja, levaram uma tortada na cara de ativistas que protestam contra a globalização.
A vítima mais recente foi Rubens Ricupero, secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento), que quase levou uma torta de chocolate na cara -conseguiu desviar e só ficou com a roupa suja.
O que leva jovens do mundo todo a protestar dessa forma? A ativista Maria Luiza (nome fictício), 20, que atirou a torta em Ricupero, contou ao Folhateen o que a motivou. "Ricupero é o representante da Unctad, que vai fazer uma conferência em São Paulo, de 13 a 18 de junho, onde vários acordos a respeito da nossa vida serão fechados, sem que possamos interferir", disse. "A Unctad é mais um organismo que busca dinamizar a economia mundial, o que não resolve a desigualdade e as injustiças sociais."
Depois da tortada, Maria Luiza e seu grupo divulgaram uma nota em nome dos Confeiteiros Sem Fronteiras. Na verdade, não existe um grupo formal com esse nome. "Somos uma rede descentralizada e sem membros formais. Qualquer pessoa que siga nosso princípio de desmoralizar, por meio de tortadas, autoridades que contribuem para a opressão já é um confeiteiro", afirma.
Ela prefere não revelar os próximos alvos. "A lista de autoridades que iludem o povo é grande. Estamos aumentando a produção de tortas para dar conta", diz.
Pela lei brasileira, quem atira tortas pode ser processado. Menores de 18 anos também podem ter de prestar serviços à comunidade.


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