|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESPORTE
Estudantes atuam como repórteres em torneio esportivo
Febre de bola
EMILIANO URBIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
"O Emilie jogou melhor, o
Maria não se achou. Claro, o time voltou mais motivado: levaram 4 a 1 em vez dos 5
a 1 do primeiro tempo, 9 a 2 no
final. Justo."
O comentário irônico sobre
o jogo entre Emilie Villeneuve
e Maria Imaculada, válido pela Liga Intercolegial Futsal
2003, é de Sílvia Mokarzel, 17,
do Assunção.
Sílvia participa da oficina de
jornalismo que ocorre paralela ao campeonato, que envolve 25 colégios particulares de
São Paulo (ambos promovidos pela Interactus). Os textos
deles alimentam o site da liga
(www.ligaintercolegial.com.br).
Esses amadores têm dilemas
profissionais. Débora Paes, 17,
que estuda no Salgueiro e tem amigos no Emilie, sofre para ser imparcial. "É muito difícil não falar
bem do seu time."
Rafael Thomé, 17, do Nossa Senhora Aparecida, conta como é ouvir quem perde. "Nunca disseram
"sai daqui que eu não quero falar
agora", mas a gente sente no rosto."
Simone Bonadio, 17, do Arquidiocesano, estranhou o clima. "Os
técnicos gritavam, havia muita tensão". Depois disso, decidiu fazer
psicologia em vez de jornalismo.
As oficinas duram uma semana: dois dias de aula, mais cobertura dos jogos, além de horas no computador. Com tanta
coisa para fazer na cidade e nessa idade, porque se meter nisso?
Para Felipe Augusto Lopes, 18,
do Nossa Senhora Aparecida,
foi ótimo. Ele exerceu várias
funções, inclusive segurança.
Sendo um cara grande, coube a
Felipe desfazer uma briga.
Para Evanderson Araújo de
Carvalho, 17, do Salgueiro, que
quer fazer marketing, acha que
assim melhorará a redação no
vestibular.
Para Débora, veterana de três
oficinas que pensa em cursar
turismo ou hotelaria, é uma terapia. "Detesto futebol, mas é
uma diversão. No colégio e em
casa, eu estudo: tem de ter um
tempo para relaxar."
Para Rafael, filho do jornalista
Roberto Thomé, o exemplo estava em casa. "No começo, meu
pai não apoiava muito, dizia que o
mercado estava saturado. Mas eu
sou teimoso." Hoje, o pai serve de
consultor, dando dicas de como se
portar com jogadores e comissão
técnica. E como jornalista.
Texto Anterior: Diário de bordo Próximo Texto: Jornalistas campeões em 2002 contam sua experiência Índice
|