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São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

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ESPORTE

Estudantes atuam como repórteres em torneio esportivo

Febre de bola

EMILIANO URBIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

"O Emilie jogou melhor, o Maria não se achou. Claro, o time voltou mais motivado: levaram 4 a 1 em vez dos 5 a 1 do primeiro tempo, 9 a 2 no final. Justo."
O comentário irônico sobre o jogo entre Emilie Villeneuve e Maria Imaculada, válido pela Liga Intercolegial Futsal 2003, é de Sílvia Mokarzel, 17, do Assunção.
Sílvia participa da oficina de jornalismo que ocorre paralela ao campeonato, que envolve 25 colégios particulares de São Paulo (ambos promovidos pela Interactus). Os textos deles alimentam o site da liga (www.ligaintercolegial.com.br).
Esses amadores têm dilemas profissionais. Débora Paes, 17, que estuda no Salgueiro e tem amigos no Emilie, sofre para ser imparcial. "É muito difícil não falar bem do seu time."
Rafael Thomé, 17, do Nossa Senhora Aparecida, conta como é ouvir quem perde. "Nunca disseram "sai daqui que eu não quero falar agora", mas a gente sente no rosto."
Simone Bonadio, 17, do Arquidiocesano, estranhou o clima. "Os técnicos gritavam, havia muita tensão". Depois disso, decidiu fazer psicologia em vez de jornalismo.
As oficinas duram uma semana: dois dias de aula, mais cobertura dos jogos, além de horas no computador. Com tanta coisa para fazer na cidade e nessa idade, porque se meter nisso?
Para Felipe Augusto Lopes, 18, do Nossa Senhora Aparecida, foi ótimo. Ele exerceu várias funções, inclusive segurança. Sendo um cara grande, coube a Felipe desfazer uma briga.
Para Evanderson Araújo de Carvalho, 17, do Salgueiro, que quer fazer marketing, acha que assim melhorará a redação no vestibular.
Para Débora, veterana de três oficinas que pensa em cursar turismo ou hotelaria, é uma terapia. "Detesto futebol, mas é uma diversão. No colégio e em casa, eu estudo: tem de ter um tempo para relaxar."
Para Rafael, filho do jornalista Roberto Thomé, o exemplo estava em casa. "No começo, meu pai não apoiava muito, dizia que o mercado estava saturado. Mas eu sou teimoso." Hoje, o pai serve de consultor, dando dicas de como se portar com jogadores e comissão técnica. E como jornalista.



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