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VOCÊ É O CONTISTA
O casarão número 8
LUCAS MELONI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Da sala de um velho casarão no número oito da
rua Heitor Penteado,
ouviam-se gritos e choros.
À primeira vista, parecia uma
casa assombrada. Só à primeira
vista. "Sentimento, o povo quer
sentimento", grita um homem.
Na entrada, o portão principal era aberto. Um grupo com
roupas meio rasgadas entrava.
Felizes, alguns esboçavam no
rosto um sorriso, mas andavam
depressa. Ninguém na vizinhança sabia o que acontecia.
Na sala, todos sentavam-se
no chão. Não havia cadeiras,
era uma casa abandonada. As
luzes agora estavam apagadas.
Uma jovem loira e com uma
saia grande passa a dedilhar um
violão, a música era a ilustração
do momento. O ritmo era cigano e, com o tocar, três belas moças saíram de trás da porta.
Ouvia-se a música e esperava-se algo. E algo aconteceu,
entram duas pessoas e soltam
frases soltas. Mas o que é isso?
Duas horas depois dos primeiros sons, oito pessoas se
curvam. O público aprova a peça amadora, aqui feita em casa
abandonada, mas há muitas, infelizmente, que rolam na rua.
Por hoje é isso, amanhã ninguém sabe.
LUCAS MELONI, 19, é estudante em SP
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