São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

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VOCÊ É O CONTISTA

O casarão número 8

LUCAS MELONI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Da sala de um velho casarão no número oito da rua Heitor Penteado, ouviam-se gritos e choros.
À primeira vista, parecia uma casa assombrada. Só à primeira vista. "Sentimento, o povo quer sentimento", grita um homem.
Na entrada, o portão principal era aberto. Um grupo com roupas meio rasgadas entrava. Felizes, alguns esboçavam no rosto um sorriso, mas andavam depressa. Ninguém na vizinhança sabia o que acontecia.
Na sala, todos sentavam-se no chão. Não havia cadeiras, era uma casa abandonada. As luzes agora estavam apagadas.
Uma jovem loira e com uma saia grande passa a dedilhar um violão, a música era a ilustração do momento. O ritmo era cigano e, com o tocar, três belas moças saíram de trás da porta.
Ouvia-se a música e esperava-se algo. E algo aconteceu, entram duas pessoas e soltam frases soltas. Mas o que é isso?
Duas horas depois dos primeiros sons, oito pessoas se curvam. O público aprova a peça amadora, aqui feita em casa abandonada, mas há muitas, infelizmente, que rolam na rua.
Por hoje é isso, amanhã ninguém sabe.


LUCAS MELONI, 19, é estudante em SP


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