São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010

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CINEMA

pobre menino rico

CRÍTICA

NÃO GOSTEI

CHICO FELITTI
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Em vez de vampiro, Robert Pattinson é um pálido semideus em "Lembranças", que estreia no dia 12.
A divindade não vem da beleza de Tyler, seu personagem, nem de alguma qualidade heroica que ele guarde. E muito menos da sua atuação.
É que a estrutura dessa história bebe das narrativas gregas -com algumas referência explícitas-, inaugurando o filão "tragédia romântica teen".
Garoto rico com ralo interesse sexual e morrendo de ócio encontra uma garota deslumbrante (a boa Emilie de Ravin), mas muito sofrida.
Pesar é a palavra-chave para falar do filme. Por mais que a vida ficcional de Tyler pareça um sonho de linda, tudo para ele é ofuscante. Tudo isso por causa de papai.
No Panteão grego, deuses davam à luz semideuses quando reproduziam com mortais. Por mais que tivessem poderes, os filhos penavam por não ganhar atenção dos pais superiores.
É o que acontece com Tyler. Seu pai é um advogado rico vivido pelo ex-James Bond Pierce Brosnan. Indiferente à família, o patriarca leva o irmão mais velho de Tyler ao suicídio e faz com que o temporão viva em busca do desgosto paterno.
Então Pattinson sai pela vida fazendo bobagens para ser um rebelde "cool".
No fim, a mistura de James Dean com Edward Cullen e Hércules é anêmica a ponto de fazer o filme desfalecer.
Daqui a uma semana e meia, ninguém vai se lembrar de "Lembranças".


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