|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA
pobre menino rico
CRÍTICA
NÃO GOSTEI
CHICO FELITTI
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
Em vez de vampiro, Robert Pattinson é um pálido semideus em "Lembranças", que estreia no dia 12.
A divindade não vem da beleza de Tyler, seu personagem,
nem de alguma qualidade heroica que ele guarde. E muito
menos da sua atuação.
É que a estrutura dessa história bebe das narrativas gregas
-com algumas referência explícitas-, inaugurando o filão
"tragédia romântica teen".
Garoto rico com ralo interesse sexual e morrendo de ócio
encontra uma garota deslumbrante (a boa Emilie de Ravin),
mas muito sofrida.
Pesar é a palavra-chave para
falar do filme. Por mais que a
vida ficcional de Tyler pareça
um sonho de linda, tudo para
ele é ofuscante. Tudo isso por
causa de papai.
No Panteão grego, deuses davam à luz semideuses quando
reproduziam com mortais. Por
mais que tivessem poderes, os
filhos penavam por não ganhar
atenção dos pais superiores.
É o que acontece com Tyler.
Seu pai é um advogado rico vivido pelo ex-James Bond Pierce Brosnan. Indiferente à família, o patriarca leva o irmão
mais velho de Tyler ao suicídio
e faz com que o temporão viva
em busca do desgosto paterno.
Então Pattinson sai pela vida
fazendo bobagens para ser um
rebelde "cool".
No fim, a mistura de James
Dean com Edward Cullen e
Hércules é anêmica a ponto de
fazer o filme desfalecer.
Daqui a uma semana e meia,
ninguém vai se lembrar de
"Lembranças".
Texto Anterior: 02Neurônio: Não acreditamos em Dia Internacional da Mulher Próximo Texto: Crítica: Gostei Índice
|