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Fantomas e Múmia fizeram luta histórica
da Redação
A luta livre se popularizou no
Brasil em meados dos anos 60,
quando a TV Excelsior começou a
transmitir o programa "Telecatch
Rum Montilla". Depois, a modalidade foi exibida na Globo, Bandeirantes e Record.
Um dos maiores ídolos da luta
foi Fantomas, um mascarado que
tinha um problema na perna. "O
primeiro lutador que interpretou
o Fantomas mancava de uma perna", lembra o veterano Michel
Serdan, sem revelar o nome do
homem que fazia o personagem.
"Depois que ele abandonou os
ringues, o outro que veio fazer o
Fantomas também precisou
mancar, para que o público não
estranhasse".
O auge da carreira de Fantomas,
que aliás foi inspirado num personagem mexicano, o Demônio
Azul, foi uma luta em julho de
1979, em São Paulo, contra a Múmia, realizada dentro de uma jaula. Fantomas ganhou e sagrou-se
campeão da luta livre.
Outra luta memorável reuniu
Michel Serdan e Aquiles, o "Matador". "O Aquiles enlouqueceu",
lembra Serdan. "Ele me deu uma
pancada na cabeça e me arremessou para fora do ringue. Caí em
cima de uma cadeira e quase morri. Daí levantei, meio desnorteado, e vi um pedaço de caibro no
chão. Não tive dúvida: dei uma
pancada na perna dele e quebrei a
perna do Aquiles."
A última aparição mais séria da
luta livre na TV rolou no início
dos anos 90, na Record. Mas as
coisas degringolaram depois que
um lutador chamado Diabo Loiro
começou a se destacar. "Os pastores evangélicos da Record vieram
me dizer que aquele lutador nunca poderia ganhar uma luta na
emissora", diz Michel Serdan, que
dirigia o programa. "O pior é que
vários lutadores meus tinham nomes de diabo. Os pastores queriam mudar o nome do Satã para
Shazan, o do Diabo Loiro para
Moisés, e o do Demônio Cubano
para Valdemar. Aí não deu."
(AB)
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