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A melhor notícia do ano
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Dada pelo amigo Lúcio
Ribeiro, na Ilustrada, a
notícia da vinda do
Mercury Rev ao Brasil é
sensacional. Segundo o
site www.curitibarockfestival.com,
o show será no dia 25 de setembro.
O Mercury Rev é uma das bandas
mais coesas e inteligentes da atualidade. Daquele tipo raro que sabe de
onde vem o tipo de música que faz, e
quais os caminhos que o futuro
aponta. O som tem a ver com a psicodelia dos Flaming Lips, mas é
mais elaborado e menos irônico.
Existem vários tipos de bandas.
Aquelas que são melhores ao vivo
do que em disco (como o Secret Machines), aquelas que são piores ao
vivo do que em disco (como os Strokes e o Belle and Sebastian), as que
são exatamente iguais (Radiohead)
e aquelas que, no palco, simplesmente se transformam em outra
coisa. O Mercury Rev pertence a essa última classe.
Ao vivo, os arranjos orquestrais
dos últimos três álbuns ganham novas feições. Não há orquestra e não
se usam bases pré-gravadas (pelo
menos até onde pude ver, em um
show em maio, nos EUA). Bateria e
guitarra parecem se desdobrar em
dezenas de instrumentos para manter a atmosfera de sonho que caracteriza a banda. Donahue abre os
braços, olha para o horizonte (ou o que faz as vezes de horizonte num teatro). O
guitarrista Grasshopper é a alma da banda, desempenhando um papel semelhante ao de Jonny Greenwood no Radiohead (neurônios em ação, longe dos holofotes). Junto com o Arcade Fire (que vem para o Tim Festival, em outubro), o
Mercury Rev está entre as melhores bandas que vi ao vivo em muitos, muitos
anos. Não perca por nada.
Quer entender a relação do artista brasileiro com a crítica -o espírito de que
tudo é uma ação entre amigos, de que ninguém precisa incomodar ninguém e o
que conta é o jogo de bastidores?
Então leia www.trama.com.br/portalv2/noticias/index.jsp?id=17450. É um
texto do músico Otto, revoltado contra uma crítica, publicada na Ilustrada, a seu recém-lançado DVD. Lembre-se de que, na sempre rastejante imprensa cultural
brasileira, 99% do que se publica sobre esse sujeito é elogioso (quantos desse elogios vêm de gente que realmente ouviu a obra dele é outra história). É bom para entender como o Brasil funciona.
PLAY - Brian Jonestown Massacre
Ironia. No filme "Dig!", o líder do
BJM é retratado como um demente
irresponsável. Mesmo assim, o filme tirou a banda de um limbo de
décadas! Shows lotados.
PAUSE - "The Odditorium", The Dandy Warhols
Aceita-se "pause" preventivo? É
que ainda não ouvi o disco todo,
mas teme-se que, sem Nick Rhodes
na produção, os DW tenham voltado a ser chatos.
EJECT - The Editors
Prepare-se para mais uma banda
inglesa dramática, ótima nas melodias... tipo um Coldplay com tinturas "indie". O mundo precisa disso?
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