São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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SEXO & SAÚDE

>> Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Em excesso, faz mal?

"Sou evangélico, tenho 20 anos e, na minha Igreja, não pode haver relações sexuais antes do matrimônio. O único jeito é a masturbação! Em excesso, faz mal? Pode trazer danos?"

MASTURBAÇÃO, POR incrível que pareça, em pleno século 21, ainda é um tema tabu para muitas pessoas e também para algumas religiões. Da mesma forma que sua Igreja não permite sexo antes do casamento, algumas outras religiões também proíbem a masturbação (chamada de "vício solitário"). Sua prática é considerada, por muitas delas, um pecado. Assim como uso de camisinha, homossexualidade, entre tantas questões da esfera da afetividade e da sexualidade.
Não cabe aqui discutir dogmas e questionar preceitos de uma ou de outra religião. As religiões existem, e cabe a cada indivíduo decidir qual posição vai assumir diante da sua. Da mesma forma, não cabem aqui respostas de valor moral em relação à masturbação. Toda vez que trazemos esse tema, chovem e-mails protestando contra uma suposta "autorização" à prática da masturbação. Ora, aqui ninguém autoriza nem desautoriza nada! O trabalho é justamente constatar fatos e fornecer informações no campo da saúde e do comportamento, que ajudem as pessoas a tomarem suas próprias decisões.
Feitas essas ressalvas iniciais, vamos às respostas. Masturbação não faz mal! Ela não provoca problemas sexuais no futuro, não causa ejaculação precoce nem falha de ereção e tampouco produz espinhas, aumento de pêlos no corpo, crescimentos de caroços nos peitos, loucura, nada disso! Essas idéias decorrem de mitos e tabus, trazidos de décadas, até de séculos atrás, quando o conhecimento científico enfrentava barreiras ainda mais fortes dos preceitos morais ou religiosos.
E qual é o limite da normalidade? O que seria um excesso de masturbação? Uma vez por dia? Três vezes por dia? Essa é uma resposta difícil de precisar e que ainda pode variar de pessoa para pessoa. Existe, talvez, um limite físico (o excesso que provoca dor ou desconforto, por exemplo) e também um limite comportamental. A partir do momento em que a pessoa deixa de fazer outras atividades (estudar, passear, jogar bola, namorar) porque não consegue parar de se masturbar, temos um problema, talvez uma espécie de compulsão.
Essas situações são bastante incomuns e, em geral, o que se vê é que a maioria das pessoas utiliza a masturbação como forma de descobrir e de explorar o prazer do corpo. E, em geral, ela ocupa um espaço bem limitado na vida das pessoas, que não atrapalha as interações sociais, afetivas ou a vida prática. É isso!


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