São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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>> Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

Como é um show do Radiohead

VI RADIOHEAD ao vivo duas vezes: uma em 2001, perto de San Francisco, Califórnia. Outra em agosto passado, em Toronto, Canadá. É pouco para quem gosta de música. Menos ainda para quem escreve sobre o assunto.
A primeira foi uma experiência inesquecível. De uma vez só, os discos "difíceis", "Kid A" e "Amnesiac", passavam a fazer sentido. Não representavam a ruptura que, em um primeiro momento, se imaginava (ou que pelo menos eu imaginei). Formavam um "continuum" com tudo o que o Radiohead tinha feito antes. O destaque no palco era Jonny Greenwood, multiinstrumentista elétrico. O já baixinho Thom Yorke desaparecia ao lado de seu parceiro hiperativo. Saí com a certeza de que tinha participado de um tipo de experiência estética séria. Não era só um show.
A segunda vez foi diferente. O primeiro impacto foi o da perfeição visual. Um telão mostrava imagens da banda processadas em tempo real, com efeitos de um bom gosto impressionante e ângulos sempre inusitados.
Penduradas no teto, estalactites metálicas (na verdade, tubos de LEDs multicoloridos) iluminavam o palco como se aquilo fosse um sonho.
Mas a banda estava gelada. Perfeita e sem vibração. Até a movimentação permanente de Greenwood, alternando-se entre vários instrumentos, parecia coreografada. No final, Thom Yorke falou alguma coisa bonita, tipo "agora vão para casa tomar vitamina C e ficar agarradinhos com quem vocês amam" (fazia um frio desgraçado, apesar de ser verão).
Por favor, não me entenda mal. Radiohead funciona muito ao vivo, não deixe de ver quando tocar no Brasil (apesar de que, quando você ler esta coluna, é bem possível que os ingressos já estejam esgotados, pelo menos para São Paulo). Mas tenha em mente: o show, que dura duas horas, não é arrebatador. É, isso sim, milimetricamente profissional.

CD PLAYER

PLAY - Tela horizontal do YouTube
Ficou moderno e dá mais vontade de assistir. Sábia medida.

PLAY - "Headmaster Ritual" com Radiohead
Se eles tocarem esse cover dos Smiths no Brasil, o verão vai ficar perfeito.

EJECT - Comerciais no Youtube
Comerciais começam a rolar sem a gente perceber nesse novo arranjo visual. Já tomei cada susto!


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