São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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02 NEURÔNIO

>> Jô Hallack >> Nina Lemos >> Raq Affonso

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ONTEM FOI comemorado o Dia da Mulher. E sempre tem alguém que aproveita para dizer: "Se tem Dia da Mulher, deveria ter o Dia do Homem também". Como se os homens precisassem ter ainda mais benefícios, além de ganharem mais (até hoje!), serem perdoados facilmente quando fazem besteira e terem o direito de ter barriga de chope. Mas precisou acontecer uma tragédia para criarem o tal dia. Operárias morreram num incêndio numa fábrica em Nova York quando estavam protestando contra as más condições de trabalho. Elas foram trancadas e queimadas vivas. Desde lá, muita coisa mudou. E muitas continuam as mesmas. Então, vamos reivindicar alguns direitos que, até agora, não foram atingidos:
- Direito a ter TPM. Não que a gente goste, na verdade é o puro infortúnio. Mas agora algumas empresas estão fazendo campanhas para que as mulheres não atrapalhem a produtividade. Como se dependesse da gente. São os hormônios. Não temos nada a ver com eles.
- Direito a ter barriga, o movimento "Barriga Power". Não gostamos de ter barriga mas também não queremos ser chamadas de baranga enquanto o homem é chamado de "aquele com uma barriguinha interessante".
- Direito de ganhar mais. Sim, não queremos ganhar o mesmo que os homens. Eles ficaram anos ganhando mais. Pela diferença salarial a nosso favor!
- Direito de envelhecer e virar "coroas bom partido", e não "velhinhas". Se bem que já estamos preparadas para a terceira idade, pois somos viciadas numa biriba!
- Direito de não ser enganada no mecânico. Essa é maior luta.
- Direito de ter hora extra para o salão quando estamos com cabelo branco. Ou, então, de alguém falar que a gente é grisalha gata. Afinal, se somos massacradas pela aparência, precisamos de um adicional salarial para figurino, pé, mão e depilação. Se bem que trocamos o dinheiro pelo direito de não sermos massacrada por causa da aparência!
E muitos outros direitos porque, embora essa coluna seja bem-humorada, somos um trio feminista. E o mundo ainda é um lugar machista.

Momento de histeria

Manifesto pós-feminista 2009


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