São Paulo, segunda-feira, 09 de maio de 2011

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Meninos indígenas são mais questionadores que as meninas

DE SÃO PAULO

Se os meninos indígenas tentam fugir do rituais e ficam perguntando por que na cidade é diferente, as meninas questionam menos.
Os antropólogos e visitantes que vão ao Parque Indígena do Xingu, por exemplo, relatam que é bem mais fácil estabelecer contato com homens do que com as mulheres, sempre mais reclusas.
"As meninas mais novas nem falam bem o português. Quando elas vão para a cidade, ao médico, estão sempre acompanhadas de um homem", diz a antropóloga Sofia Madeira, da Unifesp.
"Os meninos todos têm Twitter, Facebook, usam internet nos postos de atendimento de saúde. As meninas não são assim, seus sonhos são mais limitados. No sentido bom inclusive, porque elas perpetuam a cultura. O uso de álcool e drogas, por exemplo, é sempre majoritariamente masculino."
Além disso, diz Madeira, as mulheres "não têm muito tempo para ficarem divagando sobre a vida". "A mulherada trabalha dia e noite sem parar. Precisa manter o fogo aceso, trazer água limpa, fazer comida, descascar mandioca, capinar, cuidar de bebê. Na aldeia, você vê homens deitados na rede. Mulher você nunca vê."


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