São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2008

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"XXY" mostra vida de uma jovem que tem características masculinas e femininas

COLABORAÇÃO PARA FOLHA

Alex (Inês Efron) nasceu com ambas as características sexuais e se desenvolveu como uma garota, graças aos corticóides que inibem seus hormônios masculinos. Para tentar evitar que sua filha seja vítima de julgamentos, seus pais saem da Argentina e se mudam para um pequeno vilarejo no Uruguai. Tudo parece ir bem, até que um casal e seu filho Álvaro (Martín Piroyansky) se hospedam em sua casa e a jovem agride Vando (Luciano Nobile), seu melhor amigo na vila.
A partir daí, o filme parece tomar duas direções diferentes. A primeira relata o universo interior da protagonista, que é na verdade bem parecido com o de uma adolescente comum, que enfrenta dilemas típicos de sua idade. A definição de sua sexualidade, o interesse pelo sexo oposto e o atrito com os pais são cercados de uma carga emocional pesada, como quem de fato tem em si dois sexos.
Alex então se apaixona por Álvaro, que também se vê diante dos mesmos conflitos.
A atriz Inês Efron e a fotografia escura, principalmente nas cenas que se passam na casa de Alex, representam bem o drama da menina.
O filme também acerta ao mostrar a inquietação de seus pais, que têm que viver com sua filha(o), sem saber a qual sexo pertence. De um lado a mãe de Alex (Valeria Bertuccelli), que deseja que ela faça uma cirurgia para se tornar uma mulher definitiva, do outro seu pai (Ricardo Darín), que, apesar de condenar o procedimento, espera ansiosamente por uma decisão.

Fica óbvio
A história, assinada pelo roteirista Sérgio Bizzio, se desenvolve bem até que os pescadores locais descobrem a verdadeira situação da garota. Infelizmente o filme torna-se então óbvio, explorando o já bem manjado preconceito da sociedade desinformada e excludente. Não fosse pelos dramáticos clichês finais, seria uma ótima metáfora para tratar de assuntos exaustivamente explorados. (JULIANA CALDERARI)


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