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"XXY" mostra vida de uma jovem que tem características masculinas
e femininas
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Alex (Inês Efron) nasceu com ambas as
características sexuais e se desenvolveu como uma garota, graças aos corticóides que
inibem seus hormônios masculinos. Para tentar evitar que sua
filha seja vítima de julgamentos, seus pais saem da Argentina e se mudam para um pequeno vilarejo no Uruguai. Tudo
parece ir bem, até que um casal
e seu filho Álvaro (Martín Piroyansky) se hospedam em sua
casa e a jovem agride Vando
(Luciano Nobile), seu melhor
amigo na vila.
A partir daí, o filme parece
tomar duas direções diferentes.
A primeira relata o universo interior da protagonista, que é na
verdade bem parecido com o de
uma adolescente comum, que
enfrenta dilemas típicos de sua
idade. A definição de sua sexualidade, o interesse pelo sexo
oposto e o atrito com os pais
são cercados de uma carga
emocional pesada, como quem
de fato tem em si dois sexos.
Alex então se apaixona por
Álvaro, que também se vê diante dos mesmos conflitos.
A atriz Inês Efron e a fotografia escura, principalmente nas
cenas que se passam na casa de
Alex, representam bem o drama da menina.
O filme também acerta ao
mostrar a inquietação de seus
pais, que têm que viver com sua
filha(o), sem saber a qual sexo
pertence. De um lado a mãe de
Alex (Valeria Bertuccelli), que
deseja que ela faça uma cirurgia
para se tornar uma mulher definitiva, do outro seu pai (Ricardo Darín), que, apesar de condenar o procedimento, espera
ansiosamente por uma decisão.
Fica óbvio
A história, assinada pelo roteirista Sérgio Bizzio, se desenvolve bem até que os pescadores locais descobrem a verdadeira situação da garota. Infelizmente o filme torna-se então
óbvio, explorando o já bem
manjado preconceito da sociedade desinformada e excludente. Não fosse pelos dramáticos
clichês finais, seria uma ótima
metáfora para tratar de assuntos exaustivamente explorados.
(JULIANA CALDERARI)
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