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Sexo e Saúde
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Riscos do prazer
"Tenho 14 e, na semana passada, tentei me masturbar com
uma garrafa de cerveja fechada. A tampa me feriu, sangrou
bastante, mas depois parou. Até hoje está doendo um
pouco. Corro risco de ter contraído alguma doença?"
"Tenho 20 e acho que estou viciado em sexo. Transo com
qualquer mulher, de qualquer idade. Não me importo! Minha
cabeça fica rodando, e não paro de pensar em sexo. Mal
consigo me concentrar no trabalho. Às vezes, saio só com o
objetivo de arrumar alguém para transar. O que fazer?"
AS PERGUNTAS de hoje revelam situações
que trazem problemas, desconfortos e
riscos para a vida sexual das pessoas. Sexo, em geral, é bom, mas, quando ele se aproxima de certos limites, alguns cuidados devem ser tomados.
Masturbação é, no começo da vida dos jovens, um ensaio para uma vida sexual. As pessoas aprendem a explorar o próprio corpo em busca do prazer. E, como todo
aprendizado, a gente pode acertar e pode errar.
Garotas contam que se masturbam com as mãos, com
almofadas, com chuveirinho do banheiro, com vibradores e por aí vai. Porém alguns objetos oferecem riscos.
Uma garrafa de vidro com tampa, além de ser potencialmente contaminada, pode machucar mesmo a garota.
O metal da tampa pode ferir a mucosa (revestimento
interno da vagina) causando sangramentos. Além disso,
dependendo da força e do local em que a garrafa é introduzida, ela poderia até romper o hímen (o que não é o
objetivo das garotas na masturbação). Para resolver isso,
é importante que a garota procure um ginecologista, que
poderá avaliar a situação atual do ferimento. Nas próximas vezes, muito cuidado com o que você usa para a
masturbação, já que o objetivo é o prazer e a satisfação.
O segundo leitor revela um comportamento que pode indicar uma compulsão sexual. Pensar em sexo de forma
exagerada, ter um prejuízo em outras
funções da vida (como trabalho, estudo e namoro), sair de casa repetidas
vezes só para transar, ter uma sensação de que nunca teve o bastante, não
conseguir escolher e selecionar minimamente as parceiras, tudo isso mostra
um certo descontrole em relação ao sexo.
Esse exagero é um fator que compromete a qualidade de vida da
pessoa. Se é bom fazer sexo, melhor ainda é poder escolher como, com quem e onde fazer. Esse domínio do desejo, o tempo
todo, sobre a capacidade de escolha das pessoas, pode trazer mais
complicações do que felicidade.
Sexo é bom, desde que a gente fique bem e possa ter um controle
mínimo sobre a situação.
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