São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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Sexo e Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Riscos do prazer

"Tenho 14 e, na semana passada, tentei me masturbar com uma garrafa de cerveja fechada. A tampa me feriu, sangrou bastante, mas depois parou. Até hoje está doendo um pouco. Corro risco de ter contraído alguma doença?"

"Tenho 20 e acho que estou viciado em sexo. Transo com qualquer mulher, de qualquer idade. Não me importo! Minha cabeça fica rodando, e não paro de pensar em sexo. Mal consigo me concentrar no trabalho. Às vezes, saio só com o objetivo de arrumar alguém para transar. O que fazer?"


AS PERGUNTAS de hoje revelam situações que trazem problemas, desconfortos e riscos para a vida sexual das pessoas. Sexo, em geral, é bom, mas, quando ele se aproxima de certos limites, alguns cuidados devem ser tomados.
Masturbação é, no começo da vida dos jovens, um ensaio para uma vida sexual. As pessoas aprendem a explorar o próprio corpo em busca do prazer. E, como todo aprendizado, a gente pode acertar e pode errar.
Garotas contam que se masturbam com as mãos, com almofadas, com chuveirinho do banheiro, com vibradores e por aí vai. Porém alguns objetos oferecem riscos. Uma garrafa de vidro com tampa, além de ser potencialmente contaminada, pode machucar mesmo a garota.
O metal da tampa pode ferir a mucosa (revestimento interno da vagina) causando sangramentos. Além disso, dependendo da força e do local em que a garrafa é introduzida, ela poderia até romper o hímen (o que não é o objetivo das garotas na masturbação). Para resolver isso, é importante que a garota procure um ginecologista, que poderá avaliar a situação atual do ferimento. Nas próximas vezes, muito cuidado com o que você usa para a masturbação, já que o objetivo é o prazer e a satisfação.
O segundo leitor revela um comportamento que pode indicar uma compulsão sexual. Pensar em sexo de forma exagerada, ter um prejuízo em outras funções da vida (como trabalho, estudo e namoro), sair de casa repetidas vezes só para transar, ter uma sensação de que nunca teve o bastante, não conseguir escolher e selecionar minimamente as parceiras, tudo isso mostra um certo descontrole em relação ao sexo. Esse exagero é um fator que compromete a qualidade de vida da pessoa. Se é bom fazer sexo, melhor ainda é poder escolher como, com quem e onde fazer. Esse domínio do desejo, o tempo todo, sobre a capacidade de escolha das pessoas, pode trazer mais complicações do que felicidade. Sexo é bom, desde que a gente fique bem e possa ter um controle mínimo sobre a situação.


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