São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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balada

Arrasta-pé para poucos

Com sua lista de convidados concorrida, forró secreto reúne até 500 pessoas em SP

LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

C riado para reunir a fina flor da sociedade forrozeira de São Paulo, o forró secreto é uma balada fechada que acontece pelo menos uma vez por mês em Perdizes.
Apesar do nome "secreto", a festa já se tornou bastante popular entre os amantes do forró na cidade. Isso porque apenas as pessoas que têm nome na lista de convidados podem entrar.
Controlada a mão de ferro pelo organizador, Magno de Souza, a lista é composta basicamente por seus amigos e, no máximo, amigos dos amigos. "É para a galera que curte dançar, que vai para Itaúnas (ES) e Caraíva (BA) [destinos tradicionais entre os fãs do forró]. Só tem gente bonita", garante.
Com a condição de não publicar o endereço, o Folhateen acompanhou a última festa, no dia 28 de junho, que teve a participação do Trio Virgulino e reuniu cerca de 500 pessoas.
À meia-noite e meia, já estava formada uma fila na entrada da casa. Cada pessoa que chegava tinha o nome conferido e mostrava o RG. "Sem RG não entra, a regra é clara", disse Magno para um convidado que tinha o nome na lista mas havia esquecido o documento.
Quando foi criado, há cerca de cinco anos, apenas aqueles que recebiam um e-mail do organizador podiam entrar no forró secreto. Recentemente, no entanto, o evento está mais democrático, e, geralmente, cada convidado pode incluir mais três pessoas na lista. "Sem nome na lista nem adianta tentar, porque não entra", diz Magno.
Na prática, no entanto, um bom xaveco pode salvar a noite do penetra. Foi assim que Rurion Melo, 30, conseguiu entrar. "Meus amigos, que são freqüentadores há muito tempo, disseram que eu adoro forró, aí ele liberou", diz Melo, que passou meia hora na fila sem saber se conseguiria entrar.
Vanessa Zozzi, 23, também conseguiu liberar a entrada de seu amigo que não tinha nome na lista. "Acho que esse lance de ser uma festa totalmente fechada é meio fachada, funciona como marketing", diz Vanessa, que curte o forró secreto por conta dos shows. "Sempre tem bons trios se apresentando e nunca fica apertado", diz.
Paulo Vinicius Pinto, 26, no entanto, não aprova a "democratização". "Acho que perdeu o charme que tinha quando era realmente secreto, e ninguém conhecia", diz o rapaz, que, mesmo assim, não perde um forró secreto.
A música e o arrasta-pé são os principais atrativos para as amigas Renata Asato, 21, Leticia Marchetto, 22, e Bruna Iksilara, 21. "O bom é que aqui só tem gente que curte dançar. O pessoal que conheceu forró agora, só porque é modinha, não consegue entrar", diz Renata, forrozeira há seis anos.
"O bom é que o povo que vem aqui dança bem", comenta Letícia, que é formada em dança, mas não costuma tirar os meninos para dançar na balada, com medo de levar um fora.
No forró, a paquera rola durante a dança. "Tem a linguagem corporal, o jeito de pegar a mão. Se o cara encosta o rosto no seu, é porque está a fim", explica Bruna. Para ela, meninos que dançam bem têm mais chances com as garotas.
Se você pretende se arriscar no salão ao som da zabumba, veja no quadro ao lado os forrós abertos para o público.


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