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balada
Arrasta-pé para poucos
Com sua lista de convidados concorrida, forró secreto reúne até 500 pessoas em SP
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
C
riado para reunir a
fina flor da sociedade forrozeira de São
Paulo, o forró secreto é uma balada fechada que acontece pelo menos
uma vez por mês em Perdizes.
Apesar do nome "secreto", a
festa já se tornou bastante popular entre os amantes do forró
na cidade. Isso porque apenas
as pessoas que têm nome na lista de convidados podem entrar.
Controlada a mão de ferro
pelo organizador, Magno de
Souza, a lista é composta basicamente por seus amigos e, no
máximo, amigos dos amigos. "É
para a galera que curte dançar,
que vai para Itaúnas (ES) e Caraíva (BA) [destinos tradicionais entre os fãs do forró]. Só
tem gente bonita", garante.
Com a condição de não publicar o endereço, o Folhateen
acompanhou a última festa, no
dia 28 de junho, que teve a participação do Trio Virgulino e
reuniu cerca de 500 pessoas.
À meia-noite e meia, já estava formada uma fila na entrada
da casa. Cada pessoa que chegava tinha o nome conferido e
mostrava o RG. "Sem RG não
entra, a regra é clara", disse
Magno para um convidado que
tinha o nome na lista mas havia
esquecido o documento.
Quando foi criado, há cerca
de cinco anos, apenas aqueles
que recebiam um e-mail do organizador podiam entrar no
forró secreto. Recentemente,
no entanto, o evento está mais
democrático, e, geralmente, cada convidado pode incluir mais
três pessoas na lista. "Sem nome na lista nem adianta tentar,
porque não entra", diz Magno.
Na prática, no entanto, um
bom xaveco pode salvar a noite
do penetra. Foi assim que Rurion Melo, 30, conseguiu entrar. "Meus amigos, que são
freqüentadores há muito tempo, disseram que eu adoro forró, aí ele liberou", diz Melo, que
passou meia hora na fila sem
saber se conseguiria entrar.
Vanessa Zozzi, 23, também
conseguiu liberar a entrada de
seu amigo que não tinha nome
na lista. "Acho que esse lance
de ser uma festa totalmente fechada é meio fachada, funciona
como marketing", diz Vanessa,
que curte o forró secreto por
conta dos shows. "Sempre tem
bons trios se apresentando e
nunca fica apertado", diz.
Paulo Vinicius Pinto, 26, no
entanto, não aprova a "democratização". "Acho que perdeu
o charme que tinha quando era
realmente secreto, e ninguém
conhecia", diz o rapaz, que,
mesmo assim, não perde um
forró secreto.
A música e o arrasta-pé são
os principais atrativos para as
amigas Renata Asato, 21, Leticia Marchetto, 22, e Bruna Iksilara, 21. "O bom é que aqui só
tem gente que curte dançar. O
pessoal que conheceu forró
agora, só porque é modinha,
não consegue entrar", diz Renata, forrozeira há seis anos.
"O bom é que o povo que vem
aqui dança bem", comenta Letícia, que é formada em dança,
mas não costuma tirar os meninos para dançar na balada,
com medo de levar um fora.
No forró, a paquera rola durante a dança. "Tem a linguagem corporal, o jeito de pegar a
mão. Se o cara encosta o rosto
no seu, é porque está a fim", explica Bruna. Para ela, meninos
que dançam bem têm mais
chances com as garotas.
Se você pretende se arriscar
no salão ao som da zabumba,
veja no quadro ao lado os forrós abertos para o público.
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